A Funcionalidade do Sistema Estomatognático

AutorJorge Paulete Vanrell
Ocupação do AutorMedicina, Bacharelado em Ciências Jurídicas e Sociais e Licenciatura Plena em Pedagogia
Páginas231-240

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1 Tabela de consulta rápida

Neste quadro, são listadas as descapacidades funcionais causadas pelas perdas dentárias em percentual, em relação ao total do organismo.

Quadro 12.1. Percentuais de descapacidade funcional permanente do sistema estomatognático com relação à perda de dentes.

2 Metodologia da avaliação pericial

Primeiramente, deve-se comentar sobre a importância de realização de um exame clínico minucioso, adequado à atividade pericial, em que os sinais e sintomas observados possam ser confirmados, se necessário, pelos exames complementares com a finalidade de elucidar a situação clínica atual do paciente.

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Devem-se buscar elementos e questionar o examinando a respeito das limitações ocorridas em seu dia a dia, decorrentes dos problemas odontológicos gerados pelo evento infortunístico. A rotina diária do paciente é composta pela sua atividade habitual, seja profissional, seja de lazer e/ou de interações sociais diversas. O perito deve direcionar as perguntas que serão feitas ao paciente, para conseguir registrar precisamente as atividades prévias que o paciente realizava e as possíveis limitações que sua nova condição bucal acarretam a sua realização.

Com relação ao estado prévio do paciente, o perito pode valer-se de prontuários anteriores, além de exames radiográficos, modelos em gesso, enfim, de todas as informações que possa reunir para realizar sua avaliação. Obviamente, a avaliação clínica atenta permite observar alguns sinais que possam mostrar situações anteriores já estabelecidas. Por exemplo, a perda de um dente pode ser atribuída, pelo paciente, ao evento lesivo pelo qual ele passou; porém, ao realizar o exame clínico, o dentista pode deparar-se com uma condição periodontal extremamente ruim, com dentes com grande mobilidade, mostrando que o elemento dentário em questão não estava em função na boca, e seria perdido de qualquer forma. Doenças sistêmicas prévias também devem ser investigadas, pois podem ter repercussões na condição bucal.

Na realização do exame clínico, deve-se ter em mente a avaliação dos componentes fundamentais, com finalidade de analisar a efetividade das funções mastigatória, fonética e estética:

1) articulação temporomandibular (ATM);

2) sistema neuromuscular, composto pelos músculos mastigatórios (masseter e temporal), da mímica e suprahioídeos e por sua inervação;

3) sistema dentário, composto não apenas pelos elementos dentários, mas também pela sua base óssea, ligamento periodontal, cemento e mucosas.

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A Organização Mundial da Saúde (OMS, 1996) classifica as lesões dos tecidos duros, periodontais e do osso de sustentação, na 3ª edição da Classificação Internacional de Doenças em Odontologia e Estomatologia. Assim, sob o código S02.5 da citada Classificação, observa-se o tópico fratura de dentes, que inclui: fratura apenas...

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