A experiencia brasileira das fabricas recuperadas.

AutorCarvalho, Mariana Costa

PIRES, A. S. S. As fabricas recuperadas no Brasil: o desafio da autogestao Sao Carlos: EdUFSCcar, 2016

A obra, publicada em 2016, resulta de pesquisa de doutoramento em Sociologia, em 2014, na Universidade Federal de Sao Carlos. O livro, estruturado em 5 partes, apresenta os resultados de pesquisa de Aline Suelen Pires que possui trajetoria academica na area de Sociologia do Trabalho. O objeto da pesquisa e a apresentacao da situacao atual das fabricas recuperadas no Brasil, pensadas em articulacao com a autogestao, cooperativismo, economia solidaria e a percepcao dos trabalhadores envolvidos.

A pesquisa abarcou visitas a nove empresas recuperadas no Brasil, com a realizacao de entrevistas e observacoes: Cooperminas, Bruscor, Coopermambrini, Coopersalto, Metalcoop, Copromem, Uniforja, Unimaquinas e Flasko. Alem de visitas as principais instituicoes de apoio as fabricas recuperadas, a ANTEAG (Associacao Nacional de Trabalhadores e em Empresas de Autogestao e Participacao Acionaria) e a UNISOL Brasil (Central de Cooperativas e Empreendimentos Solidarios).

Realiza um comparativo entre a experiencia brasileira e argentina, traz uma breve apresentacao das experiencias de fabricas recuperadas de outros paises da America Latina e, ainda, notas sobre o cooperativismo e a economia solidaria na Europa atual. Totalizando 12 visitas a empresas recuperadas.

Como pressupostos principais para analise a autora parte, primeiro, da decada de 1990 como marco historico para analise do contexto de surgimento das experiencias de autogestao no Brasil. Periodo marcado pela diminuicao dos investimentos do Estado em politicas publicas, aumento do desemprego e precarizacao do trabalho, aumento das privatizacoes, abertura aos mercados, sob o vies das formas flexiveis de producao e reproducao trazidas pela reestruturacao produtiva. Esse processo levou a falencia de muitas empresas e perdas significativas de postos de trabalho. E diante desse contexto que os trabalhadores passam a se organizarem no intuito de assumirem o controle das fabricas. Algumas empresas se organizam sob o formato de cooperativas.

Segundo, esse contexto de "redescobrimento" do cooperativismo como possibilidade de geracao de trabalho em momento de crise do emprego formal. O surgimento dessas experiencias historicas datam do seculo XIX a partir dos socialistas utopicos que propunham a experiencia de autogestao como enfrentamento ao desemprego e as precarias condicoes de vida dos trabalhadores...

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