Estética e psicanálise: por uma crítica da modernidade

AutorCristina Aparecida Tannure Cavalcanti - Maria Cristina Candal Poli
CargoMestre em Psicanálise, Saúde e Sociedade pela Universidade Veiga de Almeida - UVA (2010), Especialista em Educação Estética pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro - UNIRIO (2006). Bacharel em Turismo pela FACHA (1979), Secretária Executiva da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro - UNIRIO - Doutora em Psicologia, ...
Páginas215-236
DOI:10.5007/1807-1384.2011v8n2p215
ESTÉTICA E PSICANÁLISE: POR UMA CRÍTICA DA MODERNIDADE
AESTHETICS AND PSYCHOANALYSIS: FOR A CRITICISM OF MODERNITY
ESTÉTICA Y PSICOANÁLISIS: PARA UNA CRÍTICA DE LA MODERNIDAD
Cristina Aparecida Tannure Cavalcanti
1
Maria Cristina Candal Poli2
RESUMO:
O presente artigo se propõe a fazer um percorrido sobre alguns fundamentos do
estudo da estética, desenvolvida no cerne da modernidade como disciplina
acadêmica e como base teórica da crítica da arte. Elaborada pelo romantismo, foi,
na sequência, adotada pela psicanálise. Na obra freudiana e na filosofia de
Nietzsche podemos observar como buscaremos demonstrar sua função
privilegiada na sustentação de uma crítica cultural. Isso porque, enquanto lócus
privilegiado de expressão da tensão entre logos e pathos, é na estética que a
psicanálise encontra o principal testemunho dos paradoxos de uma cultura
pretensamente assentada na consciência de si.
Palavras-chave: Psicanálise. Estética. Nietzsche. Pulsão. Crítica cultural.
ABSTRACT:
The present article intends to cover some foundations of the study of aesthetics,
developed at the core of modernity as an academic discipline and as theoretical
basis of art criticism. Prepared by romanticism, was subsequently adopted by
psychoanalysis. In Freud and in the philosophy of Nietzsche we can observe - as we
will try to demonstrate - its privileged function in support of a cultural criticism. This is
because, while privileged locus of expression of the tension between pathos and
logos, it is in aesthetics that the psychoanalysis finds the main certification of the
paradoxes of a culture allegedly seated in self-awareness.
Key-words: Psychoanalysis. Aesthetics. Nietzsche. Drive. Cultural Criticism
1 Mestre em Psicanálise, Saúde e Sociedade pela Universidade Veiga de Almeida - UVA (2010),
Especialista em Educação Estética pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro - UNIRIO
(2006). Bacharel em Turismo pela FACHA (1979), Secretária Executiva da Universidade Federal do
Estado do Rio de Janeiro - UNIRIO. E-mail: crisatcpsi@yahoo.com.br
2 Doutora em Psicologia, Universite de Paris XIII (Paris-Nord), U.P.XIII, França. Pós-doutorado, UFRJ.
Psicanalista, Membro da APPOA, Professora do Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social e
Institucional da UFGRS e do Mestrado Interdisciplinar Psicanálise, Saúde e Sociedade da
Universidade Veiga de Almeida - RJ, Pesquisadora do CNPq. E-mail: mcrispoli@terra.com.br
Esta obra foi licenciada com uma Licença Creative Commons - Atribuição 3.0 Não
Adaptada.
216
R. Inter. Interdisc. INTERthesis, Florianópolis, v.8, n.2, p. 215-236, Jul./Dez. 2011
RESUMEN:
El presente artículo se propone a hacer un recorrido por algunos fundamentos del
estudio de la estética, desarrollada en el corazón de la modernidad como una
disciplina académica y como base teórica de la crítica del arte. Elaborada por el
romanticismo, fue después adoptada por el psicoanálisis. En la obra freudiana y en
la filosofía de Nietzsche se puede observar - como trataremos de demostrar - su
función privilegiada en la sustentación de una crítica cultural. Eso porque, mientras
locus privilegiado de la expresión de la tensión entre logos y pathos, es en la estética
que el psicoanálisis encuentra el principal testimonio de las paradojas de una cultura
que se pretende asentada en la conciencia de si mismo.
Palabras clave: Psicoanálisis. Estética. Nietzsche. Pulsión. Crítica Cultural.
APRESENTAÇÃO
O presente artigo se propõe a fazer um percorrido sobre alguns fundamentos
do estudo da estética, desenvolvida no cerne da modernidade como disciplina
acadêmica e como base teórica da crítica da arte. Elaborada pelo romantismo, foi,
na sequência, adotada pela psicanálise. Nas obras de Freud e de Nietzsche
podemos observar como buscaremos demonstrar sua função privilegiada na
sustentação de uma crítica cultural. Isso porque, enquanto lócus privilegiado de
expressão da tensão entre logos e pathos, é na estética que a psicanálise encontra
o principal testemunho (READ, 2001; RANCIÈRE, 2009) dos paradoxos de uma
cultura pretensamente assentada na conciência-de-si.
A dimensão psicanalítica da estética perpassa o discurso freudiano, incluído a
elaboração de alguns conceitos fundamentais. Esses mesmos conceitos
colaboraram na formação de uma visão crítica da modernidade, tal como sustentada
a partir da obra de Freud. Esses pontos constituem uma herança cultural próxima,
como indicaremos nesse artigo, daquela avançada pela filosofia de Nietzsche.
ESTÉTICA
A palavra estética deriva do grego aísthesis, que significa sentimento,
sensação ou sensação sensível, em completa oposição à lógica, conhecida como a

Para continuar a ler

PEÇA SUA AVALIAÇÃO

VLEX uses login cookies to provide you with a better browsing experience. If you click on 'Accept' or continue browsing this site we consider that you accept our cookie policy. ACCEPT