Ensaio da inserção da mulher militar no Brasil

AutorArmstrong dos Santos Leal, Marlene de Oliveira França
Páginas27-38
Direito e Desenvolvimento, João Pessoa, v. 6, n. 12, p. 27-38
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ENSAIO DA INSERÇÃO DA MULHER MILITAR NO BRASIL
Armstrong dos Santos Leal*
Marlene de Oliveira França**
Resumo: Este artigo nasceu de um Trabalho de Conclusão de
Curso (TCC), intitulado Assédio moral uma Violação aos
Direitos Humanos. A partir da análise dos dados coletados,
concluiu-se que as mulheres são as mais atingidas por tal
fenômeno, entre os motivos, pela admissão desproporcional na
corporação. Coube neste artigo verificar como as instituições
militarizadas vêm se comportando em face da exigência
contemporânea de igualdades de oportunidades e condições,
independente de qualquer coisa.
Palavras-chave: Mulheres. Polícia Militar da Paraíba. Gênero.
Assédio Moral.
1 INTRODUÇÃO
O advento da Constituição Federal de 1988 no Brasil abriu uma forte tendência de
adequação ao Regime Democrático de Direito, modelo atual dos Estados Modernos,
influencia fortemente, conforme atesta Goffman (1994). Corporações consideradas fechadas
natureza rígida e verticalizada organizacional, todavia, as modificações comportamentais e
culturais que, ora a vida social impõe, não imuniza ninguém a necessária mudança, aos
influxos sociais à luz dos Direitos Humanos. Diante desse contexto, tiveram que aderir ao
apelo da contemporaneidade com a perspectiva de inserção e ascensão da presença feminina
em todos os espaços da sociedade, discurso, que remonta as velhas questões de conflitos e
desigualdade de gêneros, do chamado movimento feminista. Houve muitas lutas e avanços,
apesar disso, muito se tem a conquistar, pois a crença do imaginário popular ainda é
tradicional e guarda certo preconceito no que tange à profissão militar para as mulheres,
dentre outras ocupações laborais, que persistem em notabilizar quase que na totalidade,
restringindo seu exercício para o sexo masculino, um ranço cultural e histórico, por
acreditarem que são tipos de atividade que não se “encaixam” ao perfil feminino, por ser esse
mais frágil, além de estar associada a um machismo antigo que procura exclui-las, sem contar
com outros entraves, a exemplo do cerceamento da sua própria liberdade, que Spinoza
declarou ser um elemento essencial da condição humana, para poder agir conforme sua
* Graduado em Nutrição (UFPB). Aluno do Curso de Especialização em Segurança P ública e Direitos Humanos.
** Profa. Adjunta do Departamento de Mídias Integradas na Educação/CE/UFPB Profa. Pesquisadora do Curso
de Pedagogia a Distância/CE/UFPB Me mbro do Núcleo de Cidadania e Direitos Humanos da UFPB
Coordenadora do Projeto de Iniciação Científica: gênero e justiça: O direito da mulher ap enada.

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