O enigma América Latina: golpes, insurreições e revoluções - entrevista especial com Waldir Rampinelli

AutorZulene Muniz Barbosa
CargoBacharel em Letras, Filosofia e Direito. Mestre em Estudos Latino-Americanos pela Universidade Nacional Autônoma do México (1991) Doutor em Ciências Sociais-Política pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (2002) Professor Titular do Departamento de História da Universidade Federal de Santa Catarina. Email:. rampinelli@globo.com. - ...
Páginas754-761
O ENIGMA AMÉRICA LATINA: golpes, insurreições e revoluções
Entrevista especial com o Professor Doutor Waldir Rampinelli1
Entrevistadora: Professora Doutora Zulene Muniz Barbosa 2
Entrevistadora - Professor Waldir Rampinelli, considerando que povos e culturas indígenas,
africanas e europeias estão na gênese da formação histórica das Américas, qual o porquê de
intitular-se América Latina (do caribe para baixo) para qualificar este território?
Waldir Rampinelli -Simón Bolivar diferenciava as Américas em Meridional (do Novo México ao Estreito
de Magalhães) e Setentrional (do Novo México para cima). Por sua vez, José Martí falava na América
Europeia, aquela que havia nascido do arado (Estados Unidos) e a outra, que havia surgido do cão de
caça (do rio Bravo para baixo). Os europeus, uma vez tendo conquistado territórios pela espada e pela
cruz, foram dando nomes a todos os lugares. Hernán Cortés, por exemplo, não apenas destruiu as
civilizações da região da Anáhuac, como também teve o cuidado de renomeá-la com símbolos do
cristianismo. O mesmo fez Francisco Pizarro na região andina. Dar nome é mostrar e ter poder.
Lima Barreto, no livro História e Sonhos, afirma a necessidade de conservarmos os nomes tupis dos
lugares de uma terra, pois eles têm “a vantagem de possuir quase todos um sentido claro, muito claro,
nas suas palavras, exprimindo algum fato da natureza, a cor das águas correntes, a altura, a forma ou
o aspecto dos rochedos, a vegetação ou a aridez da região”. No entanto, os portugueses invasores
substituíram estas nominações por, por exemplo, “Infante D. Henrique” e tantos outros, em vários
locais.
DOI: http://dx.doi.org/10.18764/2178-2865.v24n2p754-761.
1Bacharel em Letras, Filosofia e Direi to. Mestre em Estudos Latino-Americanos pela Universidade Nacional Autônoma do
México (1991) Doutor em Ciências Sociais-Política pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (2002) Professor
Titular do Departamento de História da Universidade Federal de Santa Catarina.. Email:. rampinelli@globo.com.
2 Assistente Social. Doutora em Ciências Sociais - Política, pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Professora
de Ciência Política do Departamento de C iências Sociais da Universidade Estadual do Maranhão, Coordenadora do Grupo
de Estudo em Desenvolvimento Política e Trabalho: GEDEPET e pesquisadora do Núcleo de I deologia e Lutas sociais -
NEILS PUCSP. E-mail: zulene.mb@uol.com.br

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