Editorial

AutorÂngela Borges - Joaci Cunha
CargoEditores
Páginas1-4
Editorial
Cadernos do CEAS, Salvador, n. 235, p. 1-4, 2015 1
EDITORIAL
É com muita satisfação que apresentamos mais um número dos Cadernos do CEAS,
agora em nova fase - iniciada em 2015 - em parceria do CEAS com duas universidades
comunitárias, a UCSal e a UNICAP, e com o formato digital.
O número 235 dos Cadernos do CEAS inicia com um conjunto de seis artigos cuja
característica comum é a discussão sobre a questão urbana, que vem atualizar uma temática à
qual os Cadernos sempre atribuíram centralidade. Tal centralidade pode ser constatada no
Índice Cumulativo (mas não exaustivo), publicado no número 234, onde são indicados 117
artigos sob os rótulos Políticas Urbanas, Habitação Popular e Mobilidade Urbana.
Neste número, quatro artigos visitam, sob várias perspectivas, as desigualdades de
classe, raça/etnia ou renda na Região Metropolitana de Salvador, Bahia, nos anos 2000. O
primeiro deles, Segregaçã o socioespacial e desigualdades em Salvador, com autoria de Inaiá
Maria Moreira de Carvalho e Gilberto Corso Pereira, trabalhando com uma rica base de
dados e com o georreferenciamento, agrega elementos para os debates em torno da
segregação socioespacial nas metrópoles, destacando a importância da noção de efeito-
território na análise da produção e na reprodução das desigualdades. Também focando nas
desigualdades intraurbanas, Iracema Brandão Guimarães, em seu artigo denominado
Consequências de uma expansão periférica e seus impactos sobre a popula ção juvenil,
discute a utilização do conceito de periferia urbana para a qualificação dos locais de
residência dos pobres urbanos e as repercussões sobre os jovens que residem nesses espaços
quanto às mudanças nos padrões de convivência com o progressivo desaparecimento da
sociabilidade primária e sua substituição pela sociabilidade secundária.
Ainda no debate sobre as desigualdades de classe, o texto A cidade do medo:
segregação, violência e sociabilidade urbana em Salvador, com autoria de Rafael de Aguiar
Arantes, traz uma interessante análise acerca dos impactos da insegurança e do medo
contemporâneos sobre a vida urbana, tanto em termos de sociabilidade, como de uma
contínua reprodução da segregação socioeconômica da metrópole e dos seus espaços.
Finalmente, ainda na perspectiva da segregação urbana centrada na classe, a antropóloga Julie
Sarah Lourau-Silva, no seu artigo Comércio informal em tempo de festas, recorre aos
conceitos de formalidade/informalidade, tolerância/intolerância e de região moral na análise

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