Direito de Fuga
| Autor | Marcelo Naputano |
| Páginas | 481-487 |
DOI: http://dx.doi.org/10.5007/2175-7984.2018v17n38p481/
481481 – 487
Direito de fuga
Marcelo Naputano1
MEZZADRA, Sandro. Direito de Fuga.
Edições Unipop, 2012. 176 p.
Os movimentos migratórios sempre zeram parte da história da hu-
manidade. Desde os primórdios, com aparecimento do Homo sapiens, te-
mos a coexistência do Homo migrans e do Homo viator, demonstrando que
as migrações e os deslocamentos sempre foram parte constitutiva da con-
dição humana, tal como o nascimento, a procriação, a doença e a morte.
Aliás, o próprio nascimento e o restante da vida podem ser considerados
como uma grande viagem ou como uma migração no tempo e no espaço
(JUSTO, 2012).
Contudo, na atualidade, o mundo nunca teve tanta gente moran-
do fora do lugar de origem. Quanticando estatisticamente, para me-
lhor visualização da expressão desses movimentos migratórios, segundo
as Nações Unidas os migrantes internacionais em 2015 eram cerca 244
milhões de pessoas que, se comparadas ao ano de 2000, tiveram um incre-
mento de 41,1%. Número este que ca ainda mais expressivo se somado
aos migrantes internos que em 2009 foram estimados em 740 milhões
também pelas Nações Unidas. O que emerge da pesquisa Trends in inter-
nacional migrant stock: the 2015 revision (UNITED NATIONS, 2015) é o
fato de que as migrações continuarão a crescer em todo o mundo sobretu-
do entre países limítrofes ou, pelo menos, naqueles pertencentes ao mesmo
continente.
O Brasil contemporâneo não é uma exceção nessa conjuntura mun-
dial. Em tempos remotos, por motivos coloniais, e em tempos mais pró-
ximos, por motivos das crises político-sociais europeias. Principalmente
1 Atualmente é pesquisador de pós-doutorado pela Universidade Estadual Paulista/UNESP . Doutor, Mestre e
Psicólogo pela UNESP com Sanduíche na Università di Bologna/UNIBO na Itália. Especializações na Itália em
Educação Intercultural pela Università RomaTre/ROMATRE; em Educação pela Università di Torino/UNITO e
em Mediação Intercultural e Familiar pelo Istituto SHINUI di Bergamo. Graduação em História pela USP.
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