Desordem da ordem ou ordem da desordem? A parte de cada um na reprodução do caos
Autor | Edmundo Lima de Arruda Junior |
Cargo | Professor Titular Emérito da UFSC |
Páginas | 199-208 |
199
Revista Judiciária do Paraná – Ano XV – n. 19 – Maio 2020
Desordem da ordem ou ordem da desordem?
A parte de cada um na reprodução do caos
Edmundo Lima de Arruda Junior
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Professor Titular Emérito da UFSC
De certa maneira, portanto, a desintegração das instituições
dá lugar a uma refeudalização dos relacionamentos sociais. É
a abertura para um neomaquiavelismo em todos os setores da
ação social. A ordem deve ser criada, forjada e formada. Apenas
as redes, que devem ser conectadas em conjunto e preservadas,
e que possuem sua própria “moeda corrente”, permitem a forma-
ção de poder ou de poder de oposição.
(Ulrich Beck. A reinvenção da política: rumo a uma teoria da
modernização reexiva.2)
P .
Pressupostos despreocupados com as coerências ou “lógicas” do que
se representa como discurso cientíco, já bem enunciado por Pierre
Bordieu como “economia das cienticidades”. Intuições porque elas
parecem resíduos não raro desconsiderados e reiteradamente expul-
sos da analítica acadêmica, mas nas quais se pode encontrar trilhas
(sinuosas e indenidas, por certo) para a tarefa quase impossível
de Münchhausen: a de puxar-se pelos cabelos para sair do pântano
(caos social), desta feita carregando consigo, se não o cavalo (ou
burro homérico das grandes racionalizações: teorias, epistemolo-
gias), ao menos o que escapa (enquanto saber/poder) daquele far-
do ou indumentária dos megarrelatos totalizantes e de seus enca-
deamentos que, de alguma maneira, desembocam em causalidades
“metódicas” (marxismo, freudismo, culturalismo, sistemismo).
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