Aplicação de um modelo de custeio baseado em atividade (ABC) ao setor vitivinícola

AutorAntónio C. Pires Caiado - Sandro Filipe Amaro
CargoInstituto Superior de Economia e Gestão - UTL - Portugal - Instituto Superior de Contabilidade eAdministração de Coimbra - IPC - Portugal
Páginas11-40
ano 03, v.1, n°5, Jan./Jun., 2006, p. 11-40 11
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Aplicação de um Modelo de Custeio Baseado nas Actividades
(ABC) ao Sector Vitivinícola
The application of an ABC model to viniculture
António C. Pires Caiado
Instituto Superior de Economia e Gestão - UTL - Portugal
Sandro Filipe Amaro
Instituto Superior de Contabilidade e Administração de Coimbra - IPC - Portugal
Resumo
Este trabalho procura dar um contributo para a melhoria e competitividade do sector vitivinícola
em Portugal. Nesse sentido, recorrendo ao estudo de casos, procura-se descrever as práticas em
matéria de contabilidade de custos, referentes a duas empresas daquele sector, para depois
apresentarmos uma proposta de modelo de custeio aplicável ao sector. No modelo de custeio
proposto merece especial destaque a opção pelo custeio baseado nas actividades (ABC) para
imputação dos custos de transformação aos objectos dos custos.
Palavras-chave: Vitivinícola, Modelo de Custeio, ABC.
Abstract
The present work aims at contributing to the improvement and competitive competence of vinicul-
ture in Portugal. First we try to describe the current practices in costing accounting through the
case study of two wine companies and then we present a proposal of costing model applicable to
the sector under study. The model proposed reveals the option for the costing based on activities
method (ABC) in order to transfer the transformation costs to the objects of costs.
Key words: Viniculture, Costing Model, ABC.
ano 03, v.1, n°5, Jan./Jun., 2006, p. 11-40
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António C. Pires Caiado e Sandro Filipe Amaro
1 Introdução
O sector vitivinícola é um sector de actividade no qual Portugal tem alguma
tradição e onde, apesar do número de empresas / produtores ter crescido nos últimos
anos, o potencial de negócio do sector é ainda muito grande e está longe da saturação.
A este propósito, acresce referir que na análise do estado da economia portuguesa,
efectuada por Michael Porter, cujas conclusões foram apresentadas em Abril de 2002,
o sector do vinho foi um dos clusters identificados como prioritários, recomendando-
se um empenhamento no seu desenvolvimento dinâmico, por parte das entidades públicas
e privadas, no sentido de aumentar a competitividade da economia portuguesa.
Na seqüência das recomendações apresentadas por Michael Porter, a empresa
Viniportugal encomendou à empresa Monitor Group um estudo espefico sobre o
cluster do vinho e sua situação no seio da economia portuguesa.
Das conclusões desse estudo (Monitor Group, 2003), M. Porter destacou que
o cluster carece de alguns pontos fortes fundamentais, entre eles: (a) Encarar a viticultura
como uma actividade autónoma; (b) Investigar o desenvolvimento da área do vinho na
sua ligação ao mundo académico; (c) Obter marketing e publicidade especializada no
negócio dos vinhos.
No que diz respeito à contabilidade de gestão e particularmente à contabilidade
de custos, afigura-se-nos de grande interesse a sua utilização no sector, tanto no que
diz respeito à fase vitícola (fase agrícola da produção), como na fase vinícola (fase
industrial da produção), tendo em conta a complexidade do processo produtivo de
cada uma das fases referidas.
Com este trabalho propomo-nos dar algum contributo para o sector vitivinícola
apresentando uma proposta de modelo de custeio para as empresas do sector. Com
esse objectivo recorremos ao Estudo de Casos como metodologia de investigão,
com o propósito de conhecer as práticas contabilísticas das empresas do sector referido.
Assim, no pximo ponto damos uma breve nota da revio da literatura efectuada,
ao que se segue a descrição das práticas encontradas nas empresas incluídas no estudo
de casos. No quarto ponto do trabalho e depois de breve sustentação teórica do ABC
como método eleito para o tratamento dos custos indirectos, apresentamos uma
proposta de modelo de custeio para o sector vitivinícola. Terminamos o trabalho com
algumas conclusões sobre o mesmo.
2 Revisão da literatura
Embora em Portugal não existam muitos trabalhos sobre a contabilidade específica
do sector vitivinícola, em Espanha, França e também na Austrália, por razões que
terão a ver com as tradições vinícolas dos dois primeiros e a recente aposta no sector
vitivinícola deste último, têm sido publicados alguns trabalhos sobre a matéria, de que
aqui fazemos breve síntese.
Privat de Fortune (1992) apresentou uma proposta de sistema de análise de

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