Conclusões derradeiras

AutorWladimir Novaes Martinez
Ocupação do AutorAdvogado especialista em Direito Previdenciário
Páginas217-219

Page 217

Para se tentar entender o signiicado do Estado atual não se pode perder de vista o que sucede nas calçadas das ruas e praças.

As mudanças havidas na história deveram-se muito aos desencontros entre os poderosos e os humildes.

Uma oposição de pessoas agrupadas entre si teve começo no tempo das cavernas: isicamente mais forte, um homem liderou fracotes. Quando a força bruta não mais sustentava esse domínio, ela foi subs-tituída: hábeis se impuseram aos inábeis.

Agora bem habilitados, aperfeiçoaram-se, chegaram à intuição, e passaram a olhar de cima para baixo os indigentes.

Um pouco antes dos sumérios, uma ordem grupal exigiu a primeira distância entre tais seres: uns deveriam dirigir e, os outros, serem dirigidos.

Apareceram os senhores e escravos e sem muitas categorias intermediárias: tão somente os incluídos e os excluídos dos bens produzidos por todos. No alto do oráculo dos deuses, os ilósofos, idealistas de grande envergadura que começaram a tentar mudar o mundo, todavia ainda ignorando sem saber exatamente o que fazer, pois não sabiam o mundo em que viviam.

A partir do Século III emergiu uma minoria incipiente, que se fortaleceu ao longo da história e se mantém apartada até hoje: os clérigos.

Claro, da mesma forma, com uma magníica hierarquia interna entre grandes e pequenos.

No dealbar da Idade Média pulverizaram-se os reinados feudais e, com eles, os soberanos e os vassalos.

Ao seu lado, uma pequena categoria diversa: os cavaleiros andantes garantidores manu militar físicos do status quo ante do mandante: o senhor do castelo.

Mais tarde, os exércitos criaram o segmento distante dessas divisões com papel especíico na ordem das coisas.

Surgiram os artesãos, pintores e escultores, poetas e escribas, musicólogos, um grupo à parte de vitoriosos no meio social, reconhecidos pelo brilho pessoal. Em seguida, no Renascimento, os cientistas e suas brilhantes descobertas. Por im, parcela insuperável: a dos ideólogos militantes.

A prática do comércio liberou alguns seres da pobreza: o germe da futura burguesia.

Em 1775, época da Revolução Industrial, vislumbrou-se o serviçal (ideia importada dos servos de gleba). Logo adiante, os proletários, enquistados de alguma forma, esses jornaleiros foram explorados pelos patrões.

Mais ou menos no mesmo momento, a realeza e a nobreza aristocrática retiveram a supremacia do poder, com líderes e liderados. Muitos deles, a custo de usurpação, apropriação indébita ou esperteza, acumularam capitais...

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