Como concebemos a justiça?
Autor | Nicola Frascati Junior - Jacqueline Sophie P. Guhur Frascati |
Cargo | Juiz de Direito da Comarca de Maringá, PR - Mestre em Direito pela Universidade Estadual de Maringá, PR |
Páginas | 101-108 |
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Revista Judiciária do Paraná – Ano X – n. 9 – Maio 2015
Como concebemos a justiça?
Nicola Frascati Junior1
Juiz de Direito da Comarca de Maringá – PR
Jacqueline Sophie P. Guhur Frascati2
Mestre em Direito pela Universidade Estadual de Maringá – PR
Q do conhecimento ou da razão na
modernidade – que se inicia com o IIuminismo no século XVIII e chega
até nós na atualidade –, uma das respostas possíveis é a de que a razão se
encontra predominantemente orientada para ns úteis, assim denidos
a partir dos resultados visíveis do ponto de vista da produtividade, da
economia, da eciência e do mercado. É a razão instrumental (Escola de
Frankfurt), assim denominada por se afastar da busca pelo conhecimento
“em si” e se prestar como instrumento de dominação, exploração. Saber e
poder, intimamente relacionados ao longo da história do conhecimento,
como também nos ensina Foucault3.
Por outro lado, quando se perquire acerca do desenvolvimento hu-
mano alcançado por esta racionalidade idealizada na modernidade, espe-
cialmente pelos avanços das ciências e técnicas alcançados, dicilmente
as respostas encontradas conduzem à ideia de uma maior ampliação da
consciência humana, da liberdade, de benefícios humanos em termos de
desenvolvimento social, de justiça e moralidade. Ao contrário, há uma
insatisfação para com a realidade que oprime e fragiliza o homem e se
nos apresenta como caótica, incoerente e incompreensível...4 E o direito,
enquanto fenômeno cultural e enquanto intimamente relacionado com
aquilo que se entende por “justo”, com “o certo e o errado”, o “bom ou
ruim”, não resta indiferente a esse paradoxo. Anal, pode-se armar como
justa nossa sociedade? O que é a justiça?
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