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O compromisso com o trabalho bem feito (com a perícia) inexistente na lógica do capitalismo líquido, do direito do trabalho líquido e da (PÓS) modernidade líquida

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Vincent
AutorJorge Pinheiro Castelo
Ocupação do AutorAdvogado, especialista (pós-graduação), mestre, doutor e livre docente pela Faculdade de Direito da Universidade São Paulo
Páginas75-78

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I A perda da utilidade da perícia e da aptidão e do pensamento profundo no direito do trabalho líquido e no capitalismo líquido da (pós) modernidade líquida

Entendida de forma genérica, a perícia significa o desejo de fazer alguma coisa bem feita por si mesma.213

Todo ser humano aspira à satisfação de fazer algo bem feito e quer acreditar naquilo que faz.

Apesar disso, no trabalho, na educação e na política a nova ordem não satisfaz esse desejo e não pode satisfazê-la.214

O novo mundo do trabalho é por demais móvel, lexível e volátil para que o desejo de fazer algo bem feito possa enraizar-se na experiência de uma pessoa ao longo de anos ou décadas.

O sistema educacional da pós-modernidade líquida que treina as pessoas para o trabalho móvel, flexível e volátil favorece a facilidade, às custas do aprofundamento.

O reformador político imitando a cultura de ponta das empresas privadas, comporta-se como um consumidor, eternamente, em busca do novo em contraste com o trabalhador orgulhoso e possessivo em relação ao que faz.

Apesar disso tudo, a perícia tem uma virtude cardeal que falta ao trabalhador, estudante ou cidadão idealizado da nova cultura e no direito do trabalho líquido: o compromisso.

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A perícia é o fenômeno que mais desaia a hiperindividualidade idealizada pressuposta pelas novas instituições do trabalho, da educação e da política.215

Não é apenas que o trabalhador obcecado e competitivo pode estar comprometido em fazer alguma coisa bem feita, e, sim, que acredita em seu valor objetivo.216

Alguém só usará a palavra correto e bom para elogiar a maneira como algo foi feito se acreditar num padrão objetivo exterior a seus próprios desejos, e mesmo exterior à esfera das recompensas que partam dos outros.217

O compromisso está em oferta cada vez mais escassa no novo capitalismo líquido e no direito do trabalho líquido, como lealdade institucional.

O sentimento seria irracional, no direito do trabalho líquido: como o trabalhador poderia se comprometer com uma empresa que não está comprometida com ele?

A ´cultura´ que vem emergindo no...

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