Bioética, violência e desigualdade: as biociências e a constituição do biopoder

AutorHélder Boska de Moraes Sarmento
CargoDoutor em Serviço Social pela PUC-SP. Professor do Curso de Serviço Social e Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Serviço Social da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)
Páginas248-256
248
Bioética, violência e desigualdade: as biociências e a
constituição do biopoder
Hélder Boska de Moraes Sarmento
Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)
Recebido em 30.04.2008. Aprovado em 20.06.2008.
ENSAIO
Rev. Katál. Florianópolis v. 11 n. 2 p. 248-256 jul./dez. 2008
Bioética, violência e desigualdade: as biociências e a constituição do biopoder
Resumo: A sociedade contemporânea está atravessada por contradições e paradoxos, dentre os quais vale destacar a relação entre a alta
tecnologia e, a pior situação humana, a miséria. Resultado das escolhas éticas e políticas desta era tecnológica, vive-se em situações de
fronteira, nas quais as biociências desempenham papel central, tanto no volume de conhecimentos gerados, como na utilização de seus
resultados, que, sem controle social, ampliam desigualdades. O objetivo deste artigo é demonstrar o quanto as biociências articulam-se
com o desenvolvimento científico dos países inovadores de tecnologia, criando uma nova relação de poder, violento e desigual para os
que apenas a consomem, denominado de biopoder. Daí a necessidade de uma bioética crítica capaz de empreender reflexões sobre os
procedimentos técnicos, os fundamentos da atividade científica, sua aplicabilidade e relação com o mercado, oportunizando uma
‘ponte’ na tomada de decisões para que a própria ciência não se torne um obstáculo à democracia.
Palavras-chave: violência, desigualdade, biopoder, bioética.
Bioethics, Violence and Inequality: the Biosciences and the Conquest of Biopower
Abstract: Contemporary society is rife with contradictions and paradoxes, among which stand out the relationship between high
technology and the worst human situation, poverty.The result of ethical and political choices of this technological era, we experience
frontier situations, in which the biosciences play a central role, both in the volume of knowledge generated, as well as in the use of their
results which, without social control, broaden inequalities. The objective of this article is to demonstrate the degree to which the
biosciences are articulated with the scientific development of the countries that innovate technologies, creating a new relationship of
power, which is violent and unequal for those who only consume, denominated biopower.This creates a need for a critical bioethics
that is capable of reflecting on the technical procedures, the bases of scientific activity and their applicability and relation with the
market, creating the opportunity for a “bridge” in decision making so that science does not become an obstacle to democracy.
Key words: violence, inequality, biopower, bioethics.

Para continuar a ler

PEÇA SUA AVALIAÇÃO

VLEX uses login cookies to provide you with a better browsing experience. If you click on 'Accept' or continue browsing this site we consider that you accept our cookie policy. ACCEPT