Biblioterapia na Ciência da Informação: Comunicação e Mediação

AutorMariana Giubertti Guedes - Sofia Galvão Baptista
CargoUniversidade de Brasília
Páginas231-253
231
Encontros Bibli: revista eletrônica de biblioteconomia e ciência da informação, v. 18, n. 36, p.
231-253, jan./abr., 2013. ISSN 1518-2924. DOI: 10.5007/1518-2924.2013v18n36p231
Biblioterapia na Ciência da Informação: Comunicação e
Mediação
Bibliotherapy in Information Science: Communication and
Mediation
Mariana Giubertti GUEDES1
Sofia Galvão BAPTISTA2
RESUMO
O artigo a presenta uma reflexão crítica sobre a Biblioterapia como objeto de estudo da Ci ência
da Informação (CI) e avalia, nesta perspectiva, as características intrínsecas da Biblioterapia
dentro da fundamentação da CI, destacando aspectos cognitivos, sociais e interdisciplinares.
Pela aplicação variada, a Biblioterapia tem vá rias definições, indicadas neste artigo, cujos
processos são analisados do ponto de vista de diversos autores. Analisam-se princípios da
Ciência da Informação e do processo comunicacional para a c omparação com a Biblioterapia.
Neste contexto, destaca-se a atuação biblioterapêutica como uma forma de comunicação e
mediação da informação, sendo avaliado o processo comunicacional (seleção, leitura e
interpretação de textos com indivíduos) e o profissional mediador (biblioterapeuta).
PALAVRAS-CHAVE: Biblioterapia. Mediação da Informação. Comunicação da Informação.
Mudança cognitiva. Bibliotecário.
ABSTRACT
This article presents a critical reflection on Bibliotherapy as an object of study in Information
Science. From this perspective, it evaluates the intrinsic characteristics of Bibliotherapy within
the grounds of Information Science, emphasizing cognitive, social and interdisciplinary aspects.
For its various applications, Bibliotherapy has several definitions given in the article and
analyzed from the viewpoint of various authors. This article also examines the principles of
Information Science and the communication process i n order to make a comparison with
1 Universidade de Brasília - mari_biblio@hotmail.com
2 Universidade de Brasília - sofiag@unb.br
Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons
ENSAIO
Recebido em:
25/10/2012
Aceito em:
11/03/2013
v. 18, n. 36, 2013.
p. 231-253
ISSN 1518-2924
232
Bibliotherapy. In this context, we highlight the performance of Bibliotherapy as a form of
communication and mediation of information, and evaluate the communication process
(selection, reading and interpreting texts with individuals) as well as the mediator professional
(bibliotherapist).
KEYWORDS: Bibliotherapy. Mediation of Information. Information Communication. Cognitive
Change. Librarian.
1 INTRODUÇÃO
A Biblioterapia surgiu do uso da leitura para auxiliar pessoas a melhorar
a qualidade de vida, fazendo-as enfrentar seus medos, anseios, problemas e
situações difíceis. Não é o ato de ler que possibilita essa situação, mas a
interpretação de informações importantes e a sua utilização com o propósito
modificador e transformador.
A análise da Biblioterapia, como tema de estudo dentro da Ciência da
Informação, se baseia na premissa que características cognitivas,
interdisplinares e sociais podem estar associadas a ela, o que a identifica como
um estudo voltado para comunicação e mediação da informação. o
Bibliotecário é analisado como um profissional da informação cujo papel, dentro
da Biblioterapia, é o de mediador da informação.
2 CARACTERÍSTICAS DA CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO
A Ciência da Informação é uma área que surgiu da necessidade de
organização, controle, recuperação, disseminação e uso crescente da informação
devido à explosão informacional ocorrida após a Segunda Guerra Mundial,
somada à inserção de novas tecnologias no cotidiano da sociedade (SMIT;
TÁLAMO, 2007), sendo seu objeto de estudo a informação. A evolução de seu
estudo proporcionou um entendimento cada vez mais interdisciplinar da área e
de sua atuação na sociedade. A Ciência da Informação ao longo do tempo foi
fundamentada por sua característica social, cognitiva e interdisciplinar.
Nas Ciências Sociais e Humanas, a informação teve destaque com a
revolução cognitiva na Psicologia, mas nesse contexto é pouco estudada.

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