BARATA, R. B. Como e por que as desigualdades sociais fazem mal a saúde. Rio de Janeiro: Editora da FIOCRUZ, 2009. (Coleção Temas de Saúde)

AutorMaria de Fátima Siliansky de Andreazzi
Páginas232-235
232
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RESENHA
BARATA, R. B. Como e por que as
desigualdades sociais fazem mal à saúde.
Rio de Janeiro: Editora da FIOCRUZ, 2009.
(Coleção Temas de Saúde).
Maria de Fátima Siliansky de Andreazzi1
Instituto de Estudos de Saúde Coletiva (UFRJ)
A Saúde Coletiva brasileira é uma
herdeira do movimento de crítica a uma
concepção do processo saúde-doença
decorrente de interações biológicas do tipo
agente-hospedeiro ou decorrente de uma
multiplicidade não hierarquizada de fatores de
risco. Nessa crítica, formulada durante os
tormentosos anos 60 e desenvolvida nos vinte
anos seguintes por intelectuais da América
Latina. De proeminência científica incontestável,
o social deixa de ser mais um fator de risco cuja
relação com as doenças está por ser
estabelecida com significância estatística. O
social, na sua historicidade e, portanto, na sua
potencialidade de mudança, é a própria
determinação do processo, deixando de poder
existir uma KLVWyULD QDWXUDO, mas uma história
social da doença.
Fez parte da crítica, portanto, que
os coeficientes de desigualdade em saúde têm
explicações sociais. A autora de &RPR HSRU
TXH DVGHVLJXDOGDGHV VRFLDLV ID]HPPDOj
VD~GH é uma cientista consagrada no Brasil e
tem se dedicado à Epidemiologia Social.
Inicialmente define o objeto do
trabalho como
[...] as desigualdades
sociais que nos
interessam são diferenças
no estado de saúde entre
grupos definidos por
características sociais [...]
que sistematicamente
colocam alguns grupos em
desvantagem com relação
à oportunidade de ser e de
se manter sadio. (p. 11-
12).
A ênfase dada no livro é quanto à
posição de classe social, gênero, renda e etnia.
Nem toda desigualdade em saúde seria injusta,
apenas aquelas que refletem distribuição
desigual de poder e propriedade, a maioria das
desigualdades sociais entre elas.
A autora afirma que não haveria
hoje quem as questionasse. As diferenças estão
nas explicações para essas desigualdades. Uma
tenta centrar no acesso diferenciado a
tecnologias médicas; outras, nos estilos de vida
como escolhas pessoais dos indivíduos e,
voltando recentemente à moda, em fatores
genéticos. Refutando teórica e empiricamente
essas visões, analisa as teorias da
determinação social da produção da saúde e da
doença, entendendo as diferenças entre elas,
menos em antagonismos e, sobretudo, na
ênfase que dão a distintos elementos. Esses
vão da estrutura econômica da sociedade
(privação absoluta), passando pela

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