A atualidade e utilidade da disseminação seletiva da informação e da tecnologia RSS

AutorMurilo Bastos da Cunha - Thiago Gomes Eirão
Páginas59-78
59
Encontros Bibli: revista eletrônica de biblioteconomia e ciência da informação, v. 17, n.
33, p. 59-78, jan./abr., 2012. ISSN 1518-2924. DOI: 10.5007/1518-2924.2012v17n33p59
A ATUALIDADE E UTILIDADE DA DISSEMINAÇÃO SELETIVA DA
INFORMAÇÃO E DA TECNOLOGIA RSS
Murilo Bastos da Cunhai
Thiago Gomes Eirãoii
Resumo: O artigo apresenta os resultados obtidos na pesquisa realizada em bibliotecas de Tribunais em Brasília
acerca da a tualidade e utilidade da disseminação seletiva da informação (DSI) e da tecnologia RSS. A amostra
foi constituída por bibliotecários que trabalhavam no serviço de referência de seis bibliotecas pertencentes a
tribunais federais localizados em Brasília. Os resultados obtidos mostram que a DSI é um conceito válido e útil
para a disseminação de conteúdos e que a tecnologia RSS a inda é desconhecida e n ão utilizada por essas
bibliotecas.
Palavras-chave: Disseminação seletiva da informação. Serviço de referência. Tecnologia RSS.
THE TIMELINESS AND USEFULNESS OF SELECTIVE DISSEMINATION OF
INFORMATION AND THE RSS TECHNOLOGY
Abstract: This article presents the results obtained in research conducted in libraries of federal courts in
Brasilia about the timeliness and usefulness of selective dissemination of information (SDI) and RSS technology.
The sample consisted of librarians working in the reference service of six li braries belonging to federal courts
located in Brasilia. The results show that the SDI is a valid and useful concept for the dissemination of content
and RSS technology is still unknown and not used by such libraries.
Keywords: Selective dissemination of information. Reference service. RSS technology.
Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons
i Universidade de Brasília. murilobc@unb.br.
ii Centro de Documentação da Câmara dos Deputados. thiagoe@gmail.com.
Recebido em: 04/12/2011; aceito para publicação em: 20/12/2011.
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Enc. Bibli: R. Eletr. Bib. Ci. Inf., ISSN 1518-2924, Florianópolis, v. 17, n. 33, p. 59-78, jan./abr., 2012
1 INTRODUÇÃO
Já há tempo o homem vem reunindo livros, pergaminhos e rolos de papel pensando na
preservação da memória e do conhecimento produzido. Seja em pequenas bibliotecas pessoais
ou em grandes bibliotecas, como a de Alexandria, a organização de tais itens tinha como meta
facilitar o acesso às informações armazenadas em diversos formatos.
Segundo Manguel (2006, p. 33), até a fundação da biblioteca de Alexandria, as
bibliotecas do mundo antigo eram coleções particulares das leituras de determinado homem
ou depósitos governamentais em que se preservavam documentos legais e literários para
consulta oficial. A Biblioteca de Alexandria foi criada para fazer outras coisas, além de
imortalizar, ela deveria registrar tudo o que já existira e pudesse ser registrado, e esses novos
itens deveriam gerar novos registros, numa sequência infinita de leituras e comentários que
por sua vez engendrariam novos comentários e novas leituras. Essa biblioteca foi fundada no
final do século III a. C. e contava com um acervo de aproximadamente 600 mil rolos de
pergaminhos.
Talvez nessa época, a guarda de todo o conhecimento do mundo fosse algo fácil, já
que a produção de conhecimento era restrita a poucos intelectuais e pensadores. A
organização poderia ser feita rapidamente por bibliotecários como uma tarefa normal de
trabalho. Entretanto, em pleno século XXI, pensar nessa tarefa é, no mínimo, uma missão
audaciosa para qualquer biblioteca. Nem mesmo o maior acervo do mundo, hospedado pela
Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos (Library of Congress), com seus 145 milhões de
itens, em 470 línguas diferentes e o projeto da biblioteca digital mundial, tem conseguido
acompanhar a rápida expansão das publicações.
O surgimento da chamada Sociedade da Informação, dentre outros fatores, ocasionou
o crescimento da produção intelectual e de publicações. Segundo Sardenberg (2000, p. 5), esta
é, em escala mundial, uma sociedade fundamentada em novas formas de organização e de
produção de informações. De acordo com Takahashi (2000, p. 3) a sociedade da informação
surge da convergência entre conteúdos, computação e comunicação. Esta junção criou um
aumento exponencial de publicações e informações produzidas.
Para se ter uma ideia, Kuramoto (2008, p. 155), estimou que, em todo o mundo, um
milhão de artigos técnicos e científicos é produzido anualmente. Imaginar uma biblioteca
capaz de guardar todo esse conhecimento e disseminá-lo para seu público é algo quase
impossível, mesmo com a existência das tecnologias e das publicações online.

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