As ruas e as salas de audiência

AutorMônica Sette Lopes
Páginas35-38
As ruas e as salas
de audiência
Um aluno enviou-me uma pergunta e uma frustra-
ção. Iniciando a carreira de juiz do trabalho, pergunta como
diminuir a animosidade e controlar reações (as suas, as das
partes e as dos advogados) nas audiências. Respondi que, após
dezessete anos de carreira, me sentia, muitas vezes, angustiada
com o resultado de uma audiência e com a sensação de que
poderia ter feito melhor. Prometi-lhe dicas. Este é o objetivo
deste artigo.
O processo do trabalho é caracterizado pela orali-
dade. A sua destinação, hoje tendência do processo geral, é de
que as questões sejam postas na audiência, sejam ali debatidas
e que, preferencialmente, haja uma composição de interesses e
de diferenças pelo acordo. Isto que, do ponto de vista abstrato,
é de uma clareza solar, constitui um processo de grande com-
plexidade porque deve ser desenvolvido em todas as audiên-
cias do dia (entre dez e dezoito) e em todos os dias da semana.
Cada vez que o microfone soa e a porta se abre é um mundo
novo que avança para a percepção dos sentidos. Não há uma
única regra que possa conter essa variedade e ela entorna sobre

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