Arquipélagos Revistos

AutorCristiano Moreira
Páginas3-16
ARQUIPÉLAGOS REVISTOS
uma leitura da revista Oroboro
Cristiano Moreira
Chegou o momento de cessar de identificar a história com uma
concepção vulgar do tempo como processo contínuo linear e infinito
e, por isso mesmo, de tomar consciência do fato de que categorias
histórica e categorias temporais não são necessariamente a mesma
coisa. Não é tarefa, mas sim condição preliminar das tarefas que a
revista se propõe, chegar a uma nova situação das relações entre
história e tempo, ou seja, alcançar, antes de mais nada, uma nova e
mais originária experiência da história e do tempo.
Giorgio Agamben
Uma das características mais importantes do rizoma talvez seja a de
ter sempre inúmeras entradas; a toca, neste sentido, é um rizoma
animal, e comporta às vezes uma nítida distinção entre linha de fuga
como corredor de deslocamento e os estratos de reserva ou de
habitação.
Gilles Deleuze
Este texto tem como objetivo investigar de que forma as revistas de
poesia constituem arquivos e qual sua relação com o tempo, com a história e
historiografia. De que forma estas revistas, e aqui prioritariamente
trabalharemos com a revista Oroboro editada em Curitiba, elaboram suas
escolhas, que estéticas priorizam e quais rotas poderemos traçar nesta
cartografia, para uma navegação entre arquipélagos que são estas texturas.
Como as revistas possuem muito material, transitaremos, como diz Deleuze,
por algumas 'tocas' a serem reveladas no decorrer do trabalho. Tocas estas
que figuram como linhas e fronteiras criadas não só nas revistas, mas antes

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