A luta da família de Arno Preis pela verdade e por reparação: contribuição aos estudos a respeito dos mortos e desaparecidos da ditadura

AutorReginaldo Benedito Dias - Elaine Bogo Pavani
CargoProfessor no Departamento de História da Universidade Estadual de Maringá (UEM) - Professora de História na rede privada de ensino de Maringá
Páginas153-181
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Revista Esboços, Florianópolis, v. 18, n. 26, p. 153-181, dez. 2011.
DOI: 10.5007/2175-7976.2011v18n26p153
A LUTA DA FAMÍLIA DE ARNO PREIS PELA VERDADE
E POR REPARAÇÃO: CONTRIBUIÇÃO AOS ESTUDOS
A RESPEITO DOS MORTOS E DESAPARECIDOS DA
DITADURA
Reginaldo Benedito Dias*
Elaine Angela Bogo Pavani**
Resumo: Este artigo analisa a luta da família de Arno Preis, militante de esquerda
morto pela ditadura militar em 1972, pela verdade histórica e por reparação.
Enterrado como indigente, seu nome integrou a lista dos mortos e desaparecidos
da ditadura. Somente mais de duas décadas depois de sua morte, seu corpo
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restabelecimento da verdade sobre as condições de sua morte e resgate sobre o
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do Estado e por reparação.
Palavras-chave: Arno Preis. Mortos e desaparecidos. Ditadura militar brasileira.
Ação Libertadora Nacional (ALN). Movimento de Libertação Popular (MOLIPO).
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died during military dictatorship in 1972, for historical truth and reparation. Buried
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request for the State responsibility and reparation.
Keywords: Arno Preis. Deceased and Disappeared People. Military Dictatorship.
National Action for Liberty (ALN). Popular Movement for Liberty (MOLIPO).
* Professor no Departamento de História da Universidade Estadual de Maringá (UEM).
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** Professora de História na rede privada de ensino de Maringá.
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Revista Esboços, Florianópolis, v. 18, n. 26, p. 153-181, dez. 2011.
PREÂMBULO
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Situação muito diferente havia acontecido em 1972, quando Arno
Preis era militante do Molipo (Movimento de Libertação Popular) e estava
engajado na luta armada revolucionária contra a ditadura. Morto por agentes
de segurança na cidade de Paraíso do Norte, área então pertencente a Goiás
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movimentos pelos direitos humanos, seu nome integrou o rol dos mortos e
desaparecidos da ditadura.
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de seus restos mortais e promoção de um sepultamento digno. Prosseguia,
porém, outro capítulo, direcionado ao restabelecimento da verdade sobre as
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do Estado e reparação.
O objetivo deste artigo é analisar as várias dimensões da luta da família
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vivida, não apenas porque se relaciona com o passado recente do país, mas
também porque seus desdobramentos repercutem na pauta política atual.
Se a ditadura acabou há cerca de duas décadas, o passivo das violações
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especialmente em relação à questão dos mortos e desaparecidos. Não obstante a
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existe opacidade sobre os fatos ocorridos naquele período. O país debate a
questão da ampla abertura dos arquivos da ditadura, necessária para elucidar a
verdade sobre os crimes então cometidos pelo Estado. Essas limitações atingem
a condução dos processos movidos pelas famílias e, claro, repercutem nos
estudos dirigidos ao tema.
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encontrados em alguns arquivos dos antigos DOPS, assim como no acervo
do projeto “Brasil: nunca mais”. Além disso, foi coletado o depoimento de

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