Análise do retorno 'justo' versus retorno de mercado das empresas com ipo na bm&fbovespa em 2010

AutorWesley Sidnei Castiglioni - David Ferreira Lopes Santos - Santiago Valcacer Rodrigues
CargoGraduação em Administração. Universidade Estadual Paulista (UNESP/FCAV) - Doutor em Administração de Empresas. Universidade Estadual Paulista (UNESP/FCAV) - Mestre em Administração de Empresas. Universidade de Fortaleza (UNIFOR)
Páginas101-122
Revista Global Manager
V. 15, N. 1, 2015
ISSN 1676-2819 - impresso | ISSN 2317-501X- on-line
http://ojs.fsg.br/index.php/global
ANÁLISE DO RETORNO “JUSTO” VERSUS RETORNO DE MERCADO DAS
EMPRESAS COM IPO NA BM&FBOVESPA EM 2010
Wesley Sidnei Castiglioni
a
, David Ferreira Lopes Santos
b
, Santiago Valcacer Rodrigues
c
a Graduação em Administração. Universidade Estadual Paulista (UNESP/FCAV); wesley.s.c_@hotmail.com
b Doutor em Administração de Empresas. Universidade Estadual Paulista (UNESP/FCAV);
david.lopes@fcav.unesp.br
c Mestre em Administração de Empresas. Universidade de Fortaleza (UNIFOR); santiago.valcacer@gmail.com
Informações de Submissão
Autor Correspondente: David Ferreira
Lopes Santos, endereço: Via de Acesso
Prof. Paulo Donato Castellane, SN
Jaboticabal - SP - CEP: 14.884-
900.
Fonte Times New Roman
10 de cor
preta, alinhamento a direita,
espaçamento 1,0.
Recebido em: 23/10/201
4
Aceito em: 24
/06/2015
Publicado em: 30/06/2015
Resumo
Este estudo avaliou a capacidade do modelo de precificação de
ativos através do CAPM (Capital Asset Pricing Model) em
determinar o retorno “justo”, a partir da relação risco e retorno, das
empresas que abriram capital na BM&FBOVESPA em 2010. A
amostra comp
utou dez empresas cujos retornos foram
acompanhados diariamente em 3 fases para o período entre jan/2011
a mar/2013. Observou-
se que o retorno real dos ativos não
acompanhou, em média, o retorno projetado pelo CAPM. Apenas
quatro empresas conseguiram entregar retorno superior ao projetado,
enquanto as demais ofereceram retornos inferiores, sendo que a
dispersão média das variações entre o esperado e o realizado
assinala a limitação da metodologia para empresas com histórico
limitado no mercado de capitais.
Abstract
This study evaluated the capacity of the CAPM (Capital Asset
Pricing Model) in determining the "right" return, from the
relationship risk and return of the companies that made Initial Public
Offering on the BM&FBOVESPA in 2010. Sample tallied ten
companies whose returns were monitored daily in three phases for
the period between Jan / 2011 to Mar / 2013. It was observed that
the actual return on assets has not kept up, on average, the projected
return by CAPM. Only four companies delivered higher than
projected return, while the other offered lower returns, and the
average of the variations between the expected and the realized
spread indicates the limitation of the methodology for companies
with limited historical in capital markets.
Palavras-
chave
CAPM. Initial Public Offering
IPO.
Retorno. Risco.
Keywords
CAPM. Initial Public Offering
IPO.
Return. Risk.
Revista Global Manager V. 15, N. 1, p. 101-122, 2015 102
1 INTRODUÇÃO
As finanças corporativas, na atualidade, são balizadas por trabalhos desenvolvidos
na segunda metade do século XX relacionados a risco e retorno, análise de investimento e
estrutura de capital. Os estudos de Markowitz (1952), Modigliani e Miller (1958 e 1963),
Sharpe (1964), Lintner (1965) e Mossin (1966) são pilares centrais nas finanças
contemporâneas (LEVY, 2007).
O modelo de precificação de ativos, CAPM (Capital Asset Pricing Model),
postulado inicialmente por Sharpe (1964) e Lintner (1965) tem sido largamente utilizado
por investidores na tentativa de medir a relação entre retorno esperado e o risco dos
ativos (CHENG; LAI; LU, 2005).
Há um consenso teórico que o CAPM é a metodologia mais difundida e utilizada
para apreçamento de ativos financeiros (ASSAF NETO, 2010; BERK; DEMARZO;
HARFORD, 2010). A atração por esse modelo ocorre, segundo Fama e French (2004),
porque ele fornece uma poderosa e intuitiva previsão da relação risco e retorno esperado.
O CAPM propõe que os retornos dos ativos podem ser previstos por meio de uma
relação linear com o risco de mercado. Para isso, presume-se que os mercados sejam
eficientes, em especial, no que diz respeito ao comportamento racional dos investidores, a
ausência de informações assimétricas, a impossibilidade do comportamento oligopolista e
a disponibilidade de recursos (JAGANNATHAN; MCGRATHAN, 1995; LEVY, 2010;
ESTRADA; VARGAS, 2012).
Mesmo sendo uma ferramenta amplamente utilizada por investidores na
precificação de ativos financeiros, desde a década de 70 existe um intenso debate sobre
os méritos empíricos do CAPM envolvendo sua medida de risco. Essas investigações
apresentam tanto apoio quanto críticas a utilidade do “beta” e sua aplicação como um
todo (FAMA; FRENCH, 2004; ESTRADA; VARGAS, 2012). As críticas mais
contundentes ao modelo podem ser vistas em Fama e French (2004), onde os autores
acreditam que os problemas empíricos do CAPM refletem falhas teóricas, devido suas
hipóteses simplificadoras, o que pode causar dificuldade na implementação dos testes
para validar o modelo.

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