Análise bibliométrica sobre políticas públicas

AutorFabio Freitas da Silva - Geísa Pereira Marcilio Nogueira - Ítalo de Oliveira Matias - Ludmila Gonçalves da Matta - Aldo Shimoya
CargoEngenheiro de Produção - Engenheira de Produção - Bacharel em Ciência da Computação - Cientista Social. Doutora em Sociologia Política - Agrônomo
Páginas754-770
ANÁLISE BIBLIOMÉTRICA SOBRE POLÍTICAS PÚBLICAS
Fabio Freitas da Silva1
Geísa Pereira Marcilio Nogueira2
Ítalo de Oliveira Matias3
Ludmila Gonçalves da Matta4
Aldo Shimoya5
Resumo
Este trabalho tem como objetivo mostrar a evolução do tema políticas públicas no contexto mundial e nacional por meio de
uma análise bibliométrica. Faz um levantamento de indicadores mais gerais na avaliação global, como o histórico temporal
das publicações e os países que mais debatem sobre o tema; enquanto na conjuntura brasileira traz indicadores mais
específicos, tais como a rede de colaboração do Brasil com outros países e instituições. Os resultados mostraram que a
primeira publicação sobre o tema estudado surgiu em 1909, no cenário mundial, e em 1987 no Brasil; os Estados Unidos
destacaram-se na pesquisa com maior número de publicações. Apesar do desenvolvimento tardio na área de políticas
públicas, o Brasil ocup a o quarto lugar no r anque mundial. Em relação às instituições, a USP concentra o maior volume de
trabalhos publicados, no entanto, Estados Unidos ganha no todo.
Palavras-chave: Bibliometria. Políticas Públicas. Indicadores.
BIBLIOMETRIC ANALYSIS OF PUBLIC POLICIES
Abstract
This work aims at showing the evolution of the public polic y theme in a national and worldwid e context by means of a
bibliometric analysis. More general indicators on the global assessment were proposed, such as the timeline of publications
and countries that most debate the theme; while in the Brazilian conjuncture, more specific indicators were generated, suc h
as the partnership network between Brazil and other countr ies and institutions. The main results showed that the first
publication in the world about the theme under study was in 1909, while in Brazil it was in 1987. They also demonstrated that
the United States stood out relating to the number of publications. Another question was that, despite the late developmen t
of the area of public policies, Brazil ranks fourth worldwide. Regarding institutions, Universidade de São Paulo-USP (Sao
Paulo University) concentrates the largest amount of published works, however, the United States st ands out as a whole.
Keywords: Bibliometry. Public Policies. Indexes.
Artigo recebido em: 04/03/2019 Aprovado em: 12/09/2019
DOI: http://dx.doi.org/10.18764/2178-2865.v23n2p754-770.
1 Engenheiro de Produção. Doutorando em Planejamento Regional e Gestão da Cidade. M estre em Engenharia de
Produção pela Universidade Candido Mendes. E-mail: fabio1_freitas@hotmail.com
2 Engenheira de Produção. Doutoranda em Planejamento Regional e Gestão da Cidade. M estra em Engenharia de
Produção pela Universidade Candido Mendes. . E-mail: isamarcilio@yahoo.com.br
3 Bacharel em Ciência da Computação. Pós-Doutorado em Engenharia e Ciências dos Materiais pela Universidade Norte-
Fluminense. Doutor em Engenharia Civil. Mestre na COPPE em Engenharia de Sistemas e Computação pela Universidade
Federal do Rio de Janeiro. Professor titular da Universidade Candido Mendes. E-mail: italo@ucam-campos.br
4 Cientista Social. Doutora em Sociologia Política. Universidade Candido Mendes. Mestre em Políticas Socia is pela
Universidade Federal Fluminense. Professora do Mestrado e Doutorado em Planejamento Regional e Gestão da Cidade da
Universidade Cândido Mendes. E-mail: ludmatta@yahoo.com.br
5 Agrônomo. Doutor em Genética e Melhoramento. Professor na Uni versidade Candido Mendes. E-mail:
aldoshimoya@yahoo.com.br
Fabio Freitas da Silva, Geísa Pereira Marcilio Nogueira, Ítalo de Oliveira Matias, Ludmila Gonçalves da
Matta e Aldo Shimoya
755
1 INTRODUÇÃO
As principais balizas do debate sobre políticas públicas no Brasil se ancoram na questão
da maior ou menor intervenção do Estado, tema suscitado, principalmente, pela atuação dos Governos
Lula e Dilma nas políticas sociais.
Souza (2006) informa que a política pública, enquanto área de conhecimento e disciplina
acadêmica, nasceu nos Estados Unidos da América (EUA), rompendo, de certo modo, com os padrões
tradicionais europeus de estudos e pesquisas voltados para a análise de teorias explicativas sobre o
Estado e suas instituições. Nos EUA, essa área surgiu orientada para os estudos sobre a ação dos
governos. Já no caso do Brasil, Castro (2008) salienta que as práticas das primeiras políticas públicas
surgiram no governo de Getúlio Vargas (1930 a 1945) e estavam fortemente relacionadas às questões
trabalhistas. A autora ainda destaca o forte caráter excludente das políticas propostas nesse período,
em parte pelo fato de tais políticas estarem focadas em grupos e/ou categorias profissionais
específicas. E que somente a partir da década de 1980, com o fim da ditadura, foram previstas e
propostas as políticas públicas universalistas, como a criação do Sistema Único de Saúde.
Em análise sobre a construção do campo da política pública, Souza (2006) destaca quatro
importantes teóricos: H. Laswell, H. Simon, C. Lindblom e D. Easton. Segundo a autora, cada um deles
contribuiu significativamente com a formulação da política pública como área de conhecimento. Laswell
(1936) introduziu a análise de política pública conciliando o meio científico e acadêmico com a
produção empírica dos governos. Simon (1957) lançou a ideia da racionalidade limitada dos agentes
públicos, seja por falta de informação, seja por falta de tempo, por exemplo, para a tomada de decisão,
e contrapôs esse fato à necessidade do uso da própria racionalidade para modelar o comportamento
das decisões públicas. Lindblom (1959; 1979) propôs a incorporação de outras variáveis na análise de
políticas públicas, como as relações de poder e a integração entre as diversas fases do processo
decisório, destacando a função das eleições, dos partidos e dos grupos de interesse, por exemplo.
Easton (1965) definiu as políticas públicas como um sistema que recebe entradas e, por conseguinte,
produzem saídas influenciadas por essas entradas.
Tendo em vista essa diversidade de pensamentos, torna -se laborioso conceituá-la à
medida que se observam autores com uma gama diversa de definições, as quais se complementam,
inclusive. Não obstante, no campo da ciência política, existem, pelo menos, duas definições clássicas
sobre as políticas públicas. A primeira diz respeito à necessidade de ser uma política elaborada para
enfrentar um problema público, constituindo algo que compromete tanto o Estado como a sociedade,
não sendo, portanto, sinônimo de política estatal (FREY, 2000) e sim uma política em que o Estado
participa como um agente importante (CASTRO, 2008). Já a segunda é mais ampla e desvincula o

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