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AutorRaphael Miziara
Páginas151-160
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PAGAMENTO A “PRECIO ALZADO
(267)  MUÇOUÇAH, Renato de Almeida Oliveira; SOUZA, Aline Lemes de. O panóptico nas relações de trabalho.
Disponível em: .
(268)  Comentários elaborados com base na obra de NEGREIROS, Teresa. Teoria do contrato: novos paradigmas. 2.
ed. Rio de Janeiro: Renovar, 2006.
O preço “aumentado” é o xado nos casos em
que o prestador de serviços inclui no preço todos os
materiais, serviços e equipamentos necessários para
realizar a instalação ou preparação do trabalho que
lhe foi conado.
PANÓPTICO NAS RELAÇÕES TRABALHISTAS(267)
Segundo Aline Lemes de Souza e Renato de
Almeida Oliveira Muçouçah, com base em Foucault,
as formas de poder exercidas na disciplina podem ser
exemplicadas através do modelo do panóptico, que
foi denido inicialmente por Jeremy Bentham. O
panóptico era um edifício em forma de anel, com um
pátio no meio no qual havia uma torre central com
um vigilante. Esse anel se dividia em pequenas celas
que davam tanto para o interior quanto para o exte-
rior, o que permitia que o olhar do vigilante as atra-
vessasse. Essa forma arquitetônica das instituições
valia para as escolas, hospitais, prisões, fábricas,
hospícios. Um dos seus princípios é permitir a vigi-
lância constante, sem que o vigiado possa ter certeza
quanto à efetiva scalização em um dado momento,
havendo mera expectativa.
Os autores explicam que nas relações de trabalho
o monitoramento visa tirar das forças de trabalho
o máximo de vantagens e neutralizar seus incon-
venientes, como roubos, interrupção de trabalho e
agitação, de proteger os materiais e ferramentas e
de dominar as forças de trabalho. Em conjunto com
essas práticas é realizado um controle sistemático da
produção por meio de um acompanhamento rigoroso
de tempos e de horários. Todo sistema de vigilân-
cia está hoje informatizado, da mesma forma todo
o aparato cientíco e tecnológico. A produção tem
sido fortemente beneciada por este fenômeno que é
a robotização, a produtividade e lucratividade.
Para os autores, a torre de Benthan ganhou vida nas
relações de trabalho: os recursos tecnológicos contri-
buem para o comportamento de vigilância. No caso
especíco de câmeras, muitas vezes se sabe que elas
estão lá, mas não se sabe se tem alguém por trás vendo
a imagem que é gravada – se é que é gravada.
A partir da consciência de vigilância constante,
em ver e ser visto, garante-se a manutenção do poder,
a interiorização da culpa e o arrependimento do indi-
víduo pelos seus atos praticados.
Em suas conclusões, Aline Souza e Renato Muçou-
çah sugerem que talvez estejamos caminhando para
um panoptismo pós-moderno, cibernético, em que o
controle sobre o trabalho e o trabalhador se fará com
os olhos e cérebros eletrônicos, uma era marcada pelo
aparecimento do que Jean-Emmanuel Ray chama
“taylorismo assistido por computador” da sociedade
pós-industrial, “que se revela mil vezes mais implacá-
vel que os antigos controles” e cujos ingredientes são
a telesubordinação, a conexão permanente, a teledis-
ponibilidade (inclusive no home oce) e o controle
sobre a própria pessoa do novo trabalhador high-tech.
Em suma, a scalização panóptica leva à superexplo-
ração da própria força de trabalho.
PARADIGMA DA ESSENCIALIDADE(268)
Em toda relação privada, na qual um particular se
lança para obter algo que é essencial para sua sobre-
vivência, esse mesmo particular está potencialmente
fragilizado, ou seja, em situação de vulnerabilidade.

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