50 anos de Maio de 1968: controversias, ressonancias e atualizacoes.

AutorResende, Noelle

Este dossie da Revista Direito e Praxis tem como objetivo celebrar o marco de cinquenta anos dos movimentos de Maio de 1968 a partir da reflexao sobre os percursos historicos e a conjuntura politica que levaram a eclosao de processos criticos e de resistencia em diferentes paises. Sendo assim, ressalta suas controversias e ressonancias abrindo caminhos de analise para os movimentos politicos da atualidade.

Os artigos que integram essa edicao retracam os acontecimentos do periodo e seus desdobramentos no contexto politico da epoca em dois espectros de problematizacao: o temporal, que revisita o contexto dos anos 1960 e 1970 e que se projeta em continuidade sobre o cenario politico e social do seculo XXI, conjugando as repercussoes politicas entre passado e presente; e o espacial, que atravessa os acontecimentos entre a Europa e o Brasil, compondo um diverso e amplo alcance dos movimentos e embates politicos do periodo e do presente.

As autoras e autores convidados para compor essa edicao atuam em diferentes areas de conhecimento: filosofia, psicologia, direito, antropologia, ciencias sociais e historia. Pretendemos assim que a narrativa desta coletanea seja plural, possibilitando uma perspectiva abrangente sobre os eventos de 1968 e seus desdobramentos atuais.

O trabalho de Marlon Miguel abre o dossie propondo uma analise sobre as disputas discursivas em torno dos eventos que marcaram o ano de 1968 na Franca. No texto, somos convidados a perceber como em 2018 os sentidos sobre os eventos de 1968 ainda permanecem em aberto. Sendo reatualizadas nos dias de hoje, em um contexto politico onde as lutas voltam intensamente para as ruas, as interpretacoes sobre 1968 podem ser apropriadas a partir de uma perspectiva neoliberal ou a partir de uma analise que faca justica aos movimentos daquele periodo. Essa e a problematica proposta pelo autor.

No segundo texto que compoe a presente coletanea, Mathieu Rigousti nos convida a uma analise historica sobre os processos de institucionalizacao da xenofobia e sobre os mecanismos que, em diferentes periodos, justificam a implementacao, pelo Estado, de processos e politicas de perseguicao aos estrangeiros. Ao mesmo tempo em que variaveis economicas justificam processos de perseguicao contra imigrantes pelo Estado, a economia capitalista--forma constitutiva do proprio Estado--demanda a exploracao de uma mao de obra precarizada e barata. A partir desses pressupostos, o autor nos coloca a seguinte questao: "Como...

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