Introdução

AutorAdriana Goulart de Sena Orsini - Mila Batista Leite Corrêa da Costa - Oyama Karyna Barbosa Andrade
Páginas11-13

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"... a Justiça continuou e continua a morrer todos os dias. Agora mesmo, neste instante em que vos falo, longe ou aqui ao lado, à porta da nossa casa, alguém a está matando. De cada vez que morre, é como se afinal nunca tivesse existido para aqueles que nela tinham confiado, para aqueles que dela esperavam o que da Justiça todos temos o direito de esperar: justiça, simplesmente justiça. Não a que se envolve em túnicas de teatro e nos confunde com flores de vã retórica judicialista, não a que permitiu que lhe vendassem os olhos e viciassem os pesos da balança, não a da espada que sempre corta mais para um lado que para o outro, mas uma justiça pedestre, uma justiça companheira quotidiana dos homens, uma justiça para quem o justo seria o mais exato e rigoroso sinônimo do ético, uma justiça que chegasse a ser tão indispensável à felicidade do espírito como indispensável à vida é o alimento do corpo." (Carta de José Saramago, II Fórum Social Mundial)

Preservar a memória, resgatando o passado, e vivenciar o presente, com vistas a um futuro desejado, revela um agir comprometido com mudanças - individuais, profissionais e sociais. Ousamos ampliar essa ideia, rememorando o percurso de uma iniciativa acadêmica que hoje desponta como um profícuo programa da Faculdade de Direito da Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG - à disposição da comunidade mineira.

Reconhecida a importância do relato histórico, passamos à narrativa, construída e concebida por autores que vivem e acreditam, verdadeiramente, na composição de uma Justiça do século XXI. Este livro, ora apresentado à comunidade acadêmica e aos engajados no debate acerca das formulações relativas à Justiça do século XXI, foi gestado, desde sua concepção embrionária, na Faculdade de Direito da UFMG.

Durante a I Semana Nacional de Conciliação, em 2006, foram as Universidades instadas, pelo Conselho Nacional de Justiça - CNJ -, a incorporar, em seus planos curriculares, disciplinas voltadas para o estudo de formas não adversariais de resolução de conflitos. Concomitantemente, estudos sobre a temática eram desenvolvidos pela professora doutora Adriana Goulart de Sena Orsini, a partir de sua atuação em cursos de formação inicial e continuada de magistrados, na Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento dos Magistrados do Trabalho - ENAMAT - e na Escola Judicial do Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região.

À época, na UFMG, existiam lacunas na estrutura curricular da graduação em...

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