Apresentação

AutorRenato de Almeida Oliveira Muçouçah
Ocupação do AutorProfessor Adjunto da Faculdade de Direito da Universidade Federal de Uberlândia (UFU)
Páginas13-16

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Com satisfação e alegria que recebi o convite de Renato de Almeida Oliveira Muçouçah para a apresentação da obra de sua autoria, que ora vem a lume, intitulada “Assédio moral coletivo nas relações de trabalho”.

Ao iniciar a escrita, fomos permeados por algumas questões que há tempos já nos instigavam: afinal, para que serve uma apresentação? Qual o seu significado? Quais os critérios que norteiam a escolha de alguém para fazer conhecer uma obra de sua autoria? A obra per si não justificaria o seu ingresso no mundo jurídico?

Evidentemente que esta última indagação possui resposta imediata no simples folhear superficial (como aquele com o qual nos deleitamos ao abrirmos obras nas livrarias nas tardes de domingo) das tão perfeitas e precisas páginas do trabalho ora apresentado, fruto da dissertação de mestrado do autor, defendido com verdadeira mestria perante a Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, a Velha Academia do Largo de São Francisco, sob a orientação do Professor Doutor Enoque Ribeiro dos Santos.

Quanto às demais indagações, primeiramente, vem-me à mente a importância do presente introito numa perspectiva extraída da obra de Hannah Arendt, “A condição humana”. Neste diapasão, voltamo-nos inicialmente para o significado do verbo apresentar que, segundo Aurélio Buarque de Holanda Ferreira, consiste no ato ou efeito de apresentar (se); ato pelo qual alguém, seja por meio de escrita (em prefácio, folheto de propaganda etc.), seja pela fala (discurso, programa de rádio ou televisão etc.), apresenta alguém ou alguma coisa ao público; ato ou manifestação no decurso do qual se apresenta alguma coisa ao público (Novo Dicionário Aurélio: século XXI. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1999. p. 172).

Sob a perspectiva Arendtiana poderíamos assinalar que a apresentação é o ato de fazer conhecer aquele que se insere no mundo humano. Segundo Hannah Arendt, a colocação do ser no mundo constitui um segundo nascimento, que se segue ao nascimento biológico, o qual ocorre pela via do discurso e da ação do sujeito que se coloca perante os outros.

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A mundanidade e a pluralidade, para Hanna Arendt, são condições da existência humana. “A pluralidade é a condição da existência humana pelo fato de sermos todos os mesmos, isto é, humanos, sem que ninguém seja exatamente igual a qualquer pessoa que tenha existido, exista ou venha a existir”. Neste sentido apresentamos um autor diferenciado, que humano como todos, diferencia-se na sua...

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