Prevenção

AutorJoão Luís Vieira Teixeira
Ocupação do AutorAdvogado militante na área trabalhista. Especialista em Direito Material e Processual do Trabalho pelo Centro Universitário UniCuritiba
Páginas105-108

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Já vimos, exemplificativamente, os diversos males causados em uma empresa na qual houve algum caso de assédio moral.

Também já vimos que não se pode afirmar, com convicção, que uma deter-minada empresa está totalmente imune a essas ocorrências (ainda mais, se for empresa de grande porte, com centenas ou milhares de empregados).

Assim, o assédio moral deve ser assunto de debates e discussões dentro das empresas, tanto em relação a empregados, ditos "celetistas", quanto para colaboradores, terceirizados ou autônomos.

E é mais do que lógico que, em empresas desorganizadas, sem cadeias de comando estabelecidas, sem regras claras para promoções, sem valorização dos empregados e, em geral, mal estruturadas, a possibilidade de o assédio moral ocorrer é bastante alta.

Em empresas onde não há diálogo, apenas ordens; não há elogios, apenas mais cobranças; onde existe uma disputa desenfreada e desleal por cargos e promoções; onde os chefes, mecanicamente, repassam suas frustrações e cobranças a seus subordinados, o assédio moral é uma constante.

Mas como preveni-lo?

Isso não é simples. A prevenção começa no setor de RH das empresas (também chamado de departamento pessoal, de capital humano ou de gestão de pessoas). Um bom chefe ou diretor de RH é o grande e principal começo. E uma característica jamais poderá faltar a esse profissional: o bom senso, acima de tudo.

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E, abaixo deles, diretores, os gestores da área de RH também precisam saber agir com urbanidade e respeito. Assim, os demais empregados terão em quem se espelhar para tratar todos com educação.

Mas não é só. É preciso que se façam reuniões, palestras, workshops e debates sobre o assunto, chamando pessoas e gestores/gerentes de todas as áreas da empresa para que se troquem experiências sobre cobranças, metas, premiações, orientações, punições, promoções, etc.

Portanto, urbanidade, respeito, ética e tolerância devem ser características disseminadas, incentivadas e valorizadas em todos os setores da empresa, seja no "chão de fábrica", seja na alta diretoria.

Às vezes, alguém pode achar que sua conduta é algo absolutamente normal, quando, em verdade, não é. E, não raras vezes, os donos ou sócios da empresa são os últimos a saber desses fatos.

Também é importante que exista um canal simples e direto de comunicação entre empregados e o setor de RH. E que esse canal esteja sempre aberto. Assim, ao menor sinal de ocorrência de uma prática suspeita/irregular, a empresa poderá...

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