Apresentação
| Autor | Ary Cesar Minella - Jacques Mick |
| Cargo | Editores |
| Páginas | 7-11 |
Política & Sociedade - Florianópolis - Vol. 12 - Nº 24 - Mai./Ago. de 2013
77– 11
APRESENTAÇÃO
Sete artigos compõem esta edição de Política & Sociedade. São três estu-
dos teóricos baseados em comparações entre dois autores, dois estudos de caso
e duas abordagens aprofundadas de conceitos-chave.
Em “O espaço público e a política moderna: uma análise das perspec-
tivas de Carl Schmitt e Hannah Arendt”, Mariah Lança de Queiroz Casséte
compara o modo como esses autores fundamentais da teoria política desenvol-
veram suas concepções sobre a política fundada na ideia da publicidade, em
contraposição ao predomínio da lógica privada e individualista dos sistemas
liberais modernos. Schmitt e Arendt entendem o político como a linguagem
de interação das pessoas que vivem conjuntamente e, por essa razão, ambos
reconhecem a centralidade da vida pública e das ações que são desenvolvidas
em seu interior. Na obra de Schmitt, contudo, o foco da vida pública é a uni-
dade e a identidade coletiva; para Arendt, o sentido desse espaço é a plurali-
dade e a prática dialógica. “Se para Schmitt a valorização pública estrutura-se
na ideia da unidade e na conformação de uma identidade coletiva concreta,
para Arendt a constituição e possibilidade de um espaço público fortalecido
funda-se na pluralidade e na diversidade de opiniões, perspectivas e pontos
de vistas – apenas através da diferença é que se torna possível estabelecermos
um mundo comum”, destaca. A autora sugere “incluirmos nas reexões sobre
a democracia uma atenção mais contundente à questão da publicidade em
contraposição ao predomínio do privado na lógica de nossos sistemas liberais
representativos”.
Outro estudo comparativo destaca as diferenças no conceito de capital
social em Putnam e em Bourdieu, para vericar sua pertinência nas análises do
desenvolvimento. Em “Território, desenvolvimento endógeno e capital social
em Putnam e Bourdieu”, Antonio César Ortega e Vitor Alberto Matos defen-
dem que “os processos de desenvolvimento, na perspectiva territorial, devem
envolver pactos sociais que reconheçam as junções, ligações e conuências sem
excluir os conitos de interesse envolvidos, originários de lutas por manter ou
ampliar posições ocupadas na estrutura de distribuição de posições de um
http://dx.doi.org/10.5007/2175-7984.2013v12n24p7
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