Revista Gênero

Editora:
Universidade Federal Fluminense
Data de publicação:
2021-01-02
ISBN:
1517-9699

Documentos mais recentes

  • Um corpo sem carne: considerações críticas sobre os limites do 'materialismo' de Judith Butler

    A teoria da performatividade de gênero tal como proposta por Judith Butler é acusada de por vezes flertar com determinada semiologização irrestrita do mundo, dando forma a um posicionamento sobre o corpo que parece elidir sua concretude. No presente ensaio, debruçamo-nos sobre os sentidos atribuídos por Butler à noção de materialidade corporal, privilegiando a análise crítica de suas teorizações no seu hoje clássico Bodies That Matter (1993), obra que ganhou recentemente sua primeira edição em língua portuguesa. Filiando-nos à polêmica em torno do “materialismo falho” butleriano, identificamos duas “modalidades de materialidade” em seus escritos, sendo ambas, argumentamos, limitadas por certa inclinação exacerbada ao discursivo. Por fim, defendemos, em confluência com os recentes desenvolvimentos neomaterialistas, a necessidade de resgate/construção de uma noção de materialidade corporal situada além da inconcretude que permeia muitas das atuais considerações feministas sobre os corpos.

  • Editorial
  • Masculinidades no cinema em recorte: Brandon & Kowalski

    Este texto analisa personagens de dois filmes: Shame (2012), de Steve McQueen e Gran Torino (2008), de Clint Eastwood. A escolha desses filmes se deve ao fato de ambos terem como protagonistas personagens homens com diferentes nuances de masculinidades. O foco de análise são as personagens de Michael Fassbender (Brandon), de Shame e de Clint Eastwood (Walt Kowalski), em Gran Torino. Estabeleceu-se como objetivos para o desenvolvimento deste texto pensar através de dois pontos: 1°) Sedução, solidão, vergonha, medo e sexualidade masculina para Brandon. E para o personagem Kowalski: 2°) Heranças de Guerra, solidão, velhice e medo na construção de uma masculinidade viril. Estas questões são pensadas aqui com outras, mais gerais, analisadas com as teorias de autores como Connell, Fabris, Louro, entre outros. Assim, pode-se concluir que os dois protagonistas possuem identidades complexas, eles são circunspectos e respondem aos acontecimentos de suas vidas agindo de forma mais justa ou injusta, porém, com variações de tonalidades movidas por sentimentos como medo ou solidão. Kowalski e Brandon demonstram, ainda, sentimentos de incompletudes nas relações familiares.

  • Homenagem à Suely Gomes Costa - Professora Emérita da Universidade Federal Fluminense
  • E se fosse você? Sobrevivendo às redes de ódio e fake news

    Resenha da obra: D’ÁVILA, Manuela. E se fosse você? Sobrevivendo às redes de ódio e fake news. Porto Alegre/ RS: Instituto E se Fosse Você, 2020.

  • Dossiê Gênero e Serviço Social no Mundo do Trabalho
  • Resenha Memórias da plantação
  • Questões de Gênero e o mundo do trabalho, no ateliê de brinquedo de miriti

    O trabalho tem como objetivo trazer a tona a produção da diferença de gênero e sexualidade por uma mulher-artesã do miriti, no contexto de uma bicentenária tradição. O aporte teórico-metodológico é dos Estudos de Gênero e o método de pesquisa, a etnografia pós-moderna. Os resultados apontam para uma mulher que consegue cruzar as fronteiras, em uma trama que envolve aceitação, negociação e resistência; ao se movimentar na tradição do brinquedo de miriti, esta mulher produz peças conhecidas localmente como casal de namorados, borrando, a norma, a tradição e seus significados heteronormativos, diluindo binarismos e tensionando a heterossexualidade compulsória.

  • Flexibilidade e diluição de direitos trabalhistas: um estudo sobre as mulheres costureiras que trabalham no domicílio, em Divinópolis - Minas Gerais

    O objetivo é analisar o processo de formação social das mulheres costureiras, considerando as transformações no mundo do trabalho e como essas transformações produzem relações sociais distintas para intensificar o processo de acumulação capitalista. Foram realizadas entrevistas a partir da história oral com intuito da análise social, através de narrativas que contam sobre experiências pessoais das entrevistadas. As costureiras relatam que o trabalho domiciliar possibilita a conciliação com os cuidados do lar. Percebe-se que a informalidade e a insegurança geram consequências como: os baixos salários, jornadas intensas, perda dos direitos legais e consequências para a saúde.

  • Trajetórias posit(ihv)as de cuidado? Apropriação do tempo e do trabalho de mulheres que vivem com hiv/aids

    O artigo analisa a exploração e a apropriação do tempo de mulheres que vivem com HIV/Aidsno trabalho doméstico e de cuidado não remunerado. O estudo é qualitativo, e suas análises se fundamentam no feminismo materialista e de estudiosos críticos do campo de HIV/Aids. A pesquisa de campo ocorreu em 2020, num hospital universitário, em Pernambuco, sendo realizadas entrevistas em profundidade, análise documental, observação, registro em diário de campo e revisão bibliográfica. Foi possível identificar a sobrecarga e a naturalização do trabalho não pago e os impactos desse tipo de trabalho nos processos de autocuidado entre as participantes da pesquisa.

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