Reitor, padre, pastor, juiz

AutorMaria Tereza de Queiroz Piacentini
CargoLicenciada em Letras e mestra em Educação pela UFSC. Revisora da Constituição de Santa Catarina em 1989
Páginas82-82

Page 82

Dentre a profusão de pronomes de tratamento que a língua portuguesa nos faculta, gostaria de hoje destacar um: Vossa Magni!cência (abrev. V. Maga. ou V. Maga.). É assim que os manuais ensinam a tratar os reitores de universidades. Nada contra a fórmula - a não ser que é empolada, difícil de escrever e pronunciar.

Nas gramáticas mais antigas não encontrei referência à !gura do reitor. As listas de pronomes de tratamento, até a década de 1960, dedicavam maior preocupação às autoridades eclesiásticas: iam alfabeticamente de abade, abadessa, arquiduque, freira, patriarca, prior, tenente-coronel, até o vde vereador. Nos anos 70 nova hierarquia se estabelece. Em termos de cerimonial, segue-se o Decreto 70.274/72, assinado pelo presidente Emílio G. Médici, que coloca os reitores das universidades federais numa graduação acima dos reitores das estaduais. Os livros de gramática, de qualquer modo, não faziam e não fazem distinção: o pronome é"Vossa Magni!cência"; o vocativo, "Magní!co".

Contudo, em virtude da propagação das instituições de ensino superior, vem caindo em desuso esse tratamento demasiadamente cerimonioso, até porque já não existe um distanciamento tão grande entre a pessoa do reitor, o corpo docente, os alunos e a comunidade em geral. Entrou nos...

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