Notas sobre a teoria moral do utilitarismo

AutorRoberto Roque Lauxen
CargoDoutorando em Filosofia, Universidade do Vale dos Sinos
Páginas543-548
Revista de Ciências Humanas, Florianópolis, Volume 44, Número 2, p. 543-548, Outubro de 2010
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* Notes on the moral theory of utilitarianism
1 Doutorando em Filosofia, Universidade do Vale dos Sinos. Endereço para correspondências: Rua
Felipe dos Santos, 77, Apto. 1403, Bloco B, São Leopoldo, RS, 93020-180 (rrlauxen@yahoo.com.br).
Notas sobre a teoria moral do utilitarismo*
Roberto Roque Lauxen1
Universidade do Vale dos Sinos
O princípio de utilidade
O modo como a teoria do utilitarismo aborda os problemas morais exerce
fascínio de uns e repúdio de outros. Os defensores destacam a prioridade
conferida à felicidade e ao bem-estar dos seres humanos e a diminuição da
miséria e do sofrimento. Também destacam a facilidade com que se decidem
conflitos e se mantém uma independência em relação a normas rígidas e
absolutas. Os que o condenam o vêem como uma ameaça à dignidade huma-
na, uma vez que em função da maximização do bem-estar se admite que as
pessoas possam ser instrumentalizadas, ou seja, imola-se no altar da utilidade
nossos princípios mais sagrados.
Diferenças à parte, devemos reconhecer o caráter progressista desta
doutrina, porque ela está atenta às diferentes situações e ao caráter falível e
contingente das ações humana, suscetível de aperfeiçoamento.
O que se entende por utilitarismo? Esta palavra não é unívoca, pois exis-
tem, a rigor, varias versões ou variantes de utilitarismo. Embora não exista uma
essência que as englobaria, há algumas semelhanças de família, algumas ca-
racterísticas comuns, que podem ser resumidas a três – que passamos a tratar
em três momentos desta exposição:
- A moral é voltada para o bem-estar das pessoas;
[bem-estar: felicidade, prazer – (hedonismo);
- A qualidade moral das ações ou regras de ação
é avaliada em função das conseqüências – (con-
seqüêncialista);
- O bem-estar das pessoas afetadas por um cur-
so de ações deve ser maximizado e o sofrimento
minimizado; (cálculo)
Estas três características constituem aquilo que poderíamos denominar o
princípio da utilidade que pode ser assim definido, segundo Carvalho (2000;
p. 100): “[...] uma ação (ou regra de ação) será moralmente boa na medida em
que o saldo líquido de felicidade ou bem-estar decorrente de sua realização for
maior que o resultado de qualquer ação alternativa e disponível ao agente”.

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