Lei de Igualdade

Páginas421-443
CAPÍTULO VI
LEI DE IGUALDADE
I  IGUALDADE NATURAL
(O Livro dos Espíritos, item 803)
Artigo 73  Todos os homens são iguais perante Deus; todos
tendem para o mesmo fim e Deus fez as suas leis para todos. Todos os
homens são subordinados às mesmas leis naturais, todos nascem com a
mesma fragilidade, estão todos sujeitos às mesmas dores e o corpo do
rico se destrói como o do pobre. Deus não concedeu, portanto,
superioridade natural a nenhum homem, nem pelo nascimento, nem pela
morte; todos são iguais diante dele.
II  DESIGUALDADE DE APTIDÕES (Itens 804 e 805)
Artigo 74  Deus criou todos os Espíritos iguais, mas cada um
deles viveu mais ou menos tempo, e por conseguinte realizou mais ou
menos aquisições; a diferença está no grau de experiência e na vontade,
que é o livre-arbítrio: daí decorre que uns se aperfeiçoam mais rapidamente,
o que lhes dá aptidões diversas. A mistura de aptidões é necessária a fim
de que cada um possa contribuir para os desígnios da Providência, nos
limites do desenvolvimento de suas forças físicas e intelectuais; o que um
não faz, o outro faz, e é assim que cada um tem a sua função útil. Além
disso todos os mundos sendo solidários entre si, é necessário que os
habitantes dos mundos superiores, na sua maioria criados antes do vosso,
venham habitar aqui para vos dar exemplo.
Parágrafo único  Assim, a diversidade das aptidões do homem
não se relaciona com a natureza íntima de sua criação, mas com o grau de
aperfeiçoamento a que ele tenha chegado como Espírito. Deus não criou,
portanto, a desigualdade das faculdades, mas permitiu que os diferentes
graus de desenvolvimento se mantivessem em contato a fim de que os
mais adiantados pudessem ajudar os mais atrasados a progredir. E também
a fim de que os homens, necessitando uns dos outros, compreendam a lei
de caridade que os deve unir.
- 421 -
José Fleurí Queiroz
422
74.1  Primitivismo ou Subnutrição?- Explanação de Richard
Simonetti em seu livro Constituição Divina, Editado por Gráfica S.João
Ltda., Baurú, SP, 2ª. ed. 1989, págs. 95-98:
Partindo do princípio de que Deus é a equidade perfeita, a justiça
sem mácula, é evidente que considera iguais todos os homens. Fomos
criados para um mesmo fim: a Perfeição. Mais cedo ou mais tarde lá
chegaremos, quer queiramos ou não, porquanto essa é a vontade do
Criador, que não falha jamais em seus objetivos. Dentro de milhares ou
milhões de anos - espaço de tempo vasto para os padrões humanos, mas
insignificantes diante da Eternidade  teremos desenvolvido plenamente
nossas potencialidades criadoras, ajustando-nos adequadamente às Leis
Divinas. Seremos, então, prepostos do Senhor, co-partícipes na obra da
Criação, e embora as limitações do relativo diante do Absoluto, da criatura
diante do Criador, seremos deuses, segundo expressão salmista, citada
por Jesus (João, 10;34). Nessa longa jornada rumo aos objetivos finais de
nossa existência, não partimos todos ao mesmo tempo. Há, por isso,
Espíritos em variadas faixas de evolução. Natural, portanto, que os
encontremos na Terra, encarnados ou desencarnados, revelando profunda
diversificação de entendimento, compreensão, inteligência, vocação,
moralidade. O assunto exige cuidado para não incorrermos no engano de
avaliar a condição evolutiva do indivíduo pela posição que ocupa na
sociedade. Há Espíritos altamente cultos e intelectualizados que ressurgem
na Terra em situação de penúria, experimentando limitações que os
ajudarão a vencer sentimentos inferiores de ambição, orgulho, vaidade...
Por outro lado, há Espíritos de mediana evolução que, por força de
experiências necessárias ao seu aprendizado, reencarnam no seio de classes
abastadas, onde terão amplas facilidades de aprendizado e ação no meio
social, detendo valiosos patrimônios materiais.
Encontramos nas camadas mais pobres uma incidência significativa
de indivíduos sem iniciativa, inspirando-nos a impressão de que, nesse
vasto segmento da população, em países subdesenvolvidos, localizam-se
Espíritos primitivos... Visitadores de organizações assistenciais defrontam-
se, frequentemente, com famílias que parecem absolutamente incapazes
de melhorar sua condição social, ainda que orientadas, ajudadas e
estimuladas. São espíritos primitivos ou estamos diante de problemas
decorrentes da própria situação em que se encontram? Até que ponto o
Espírito de mediana evolução conseguiria superar condicionamentos
psicológicos e culturais impostos pela pobreza?
Consideremos outro fator importante: a nutrição. Sabe-se que durante
a gestação e nos primeiros anos de vida é de fundamental importância que

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