Introdução ao Planejamento de Carreiras

AutorBenedito Rodrigues Pontes
Páginas339-349

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AS EMPRESAS E A ECONOMIA NO MUNDO ATUAL

Uma das características mais marcantes do mundo atual é o elevado grau de internacionalização da economia. Nesse contexto, competitividade constitui palavra-chave, pois só terão condições de se integrar nesse cenário países cujas economias possuam essa peculiaridade, vale dizer, apresentem capacidade de produzir com níveis elevados de qualidade e com custos reduzidos e que revelem flexibilidade para, com rapidez, criar produtos novos ou alterar as características dos já existentes, em resposta a demandas em permanente e acelerada mutação.

Essa nova realidade cria exigências adicionais para os países em desenvolvimento - como é o caso do Brasil -, que terão de se adaptar à nova ordem mundial. Nesse quadro, a indústria nacional não pode se descuidar da qualidade e produtividade, impostas nessa era, sob pena de ser marginalizada no mercado internacional. A urgência desse salto qualitativo torna-se ainda maior em razão de que vários países emergentes superaram o Brasil em PIB (Produto Interno Bruto) e ganham cada vez mais mercados. Nesse processo de concorrência somente irão sobreviver as empresas mais competitivas.

Os caminhos para essa transição tão necessária passam obrigatoriamente pelas novas tecnologias de administração e de produção. Contudo, os especialistas hoje já reconhecem que qualidade, produtividade e flexibilidade não são questão apenas de novas tecnologias. São principalmente questão de competência da força de trabalho.

Partindo desse pressuposto, caberá às organizações tarefa fundamental no processo de preparação do trabalhador, do qual as empresas dependerão para atingir o novo padrão tecnológico imposto pela concorrência internacional. Esse papel tende a tornar-se mais complexo à medida que se evidencia que preparar a mão de obra é cada vez mais capacitar indivíduos de forma mais ampla.

Nesse momento em que são incorporados cada vez mais os preceitos de qualidade e produtividade e aumenta-se a pressão por formação profissional, torna-se fundamental que as organizações respondam às novas solicitações, por meio da presença de um quadro de pessoal altamente qualificado e motivado, para o cumprimento da missão da empresa.

Nesse contexto, a interação entre indivíduos e empresa é essencial. Dessa forma, os programas de recursos humanos devem constituir con-

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dições facilitadoras para que as organizações não só atinjam níveis mais elevados de qualidade e produtividade, no trabalho que realizam, como também garantam maior satisfação das pessoas nele envolvidas. Para que isso se concretize, além do clima organizacional positivo, decorrente dos estilos de gestão e das condições oferecidas pela empresa, torna-se necessária a geração de oportunidades de crescimento profissional, por meio de um plano claro de ascensão.

TRADIÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO DE CARGOS E SALÁRIOS

Durante ou após a implantação do plano de cargos na organização, a ênfase tem sido a de administrar salários e, como tal, tudo é confidencial - o próprio plano, faixas salariais, descrições de cargos, trajetórias de carreiras...

Dificilmente, um colaborador conhece suas possibilidades de ascensão profissional; é como se o plano não existisse para ele. A própria unidade que administra o plano é fechada para os colaboradores. Se tudo é confidencial, se até mesmo as descrições e especificações de cargos são confidenciais, como o colaborador terá o conhecimento das exigências dos cargos que poderá ocupar no futuro? Se não bastasse isso, em muitas empresas as unidades de Recursos Humanos não trabalham...

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