Desarrollo y Crecimiento en la Economía Mexicana: Una Perspectiva Histórica

AutorMonika Meireles
CargoMestre, aluna do curso de doutorado do Programa de Posgrado de Estudios Latinoamericanos de Universidad Autónoma de México (UNAM)
Páginas147-152

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Recentemente se assiste um verdadeiro alvoroço na mídia com relação à possível perda do posto do Brasil como o protagonista econômico regional. A liderança brasileira foi posta em xeque depois de três anos de crescimento lento do PIB, dando razão à especulação de que o México seria a nova estrela em ascendência da América Latina. Segundo os analistas do The Economist, o país asteca se destacaria dos demais países latino-americanos por aspectos como: o fato de ter uma classe média consolidada, a existência de uma indústria de bens de consumo duráveis — composta por itens como televisões de tela plana ou smartphones —, produtos que têm cada vez maior presença na sua pauta de exportações e ajudam a manter as contas externas devidamente equilibradas.

Por isso, viemos comentar uma importante obra sobre a formação econômica mexicana. Trata-se do livro Desarrollo y crecimiento en la economía mexicana: una perspectiva histórica, de Juan Carlos Moreno-Brid y Jaime Ros Bosch (FCE, México, 2010); sem dúvida, trata-se de uma grande leitura, que tem o mérito de fazer a retomada crítica da história econômica do país1. O principal atrativo da publicação é o enfoque heterodoxo que fundamenta a análise histórica em um período que vai da época colonial até as reformas liberalizantes das últimas décadas do século XX.

A periodização da história mexicana apresentada na introdução, feita com base na interpretação de quais foram os obstáculos ao desenvolvimento e as soluções aplicadas

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em cada uma dessas etapas, pauta todo o livro e organiza a sua estrutura. Desta forma, seis capítulos são utilizados para descrever os grandes períodos da economia mexicana, o que procuramos resumidamente apresentar nos próximos parágrafos.

O livro avança procurando identificar “as origens do atraso” mexicano e aponta quais foram os obstáculos ao desenvolvimento que determinaram que os dois primeiros terços do século XIX fossem marcados pelo baixo crescimento econômico, o que acabaria ampliando dramaticamente a brecha entre o PIB per capita do México e de outros países, como os Estados Unidos, por exemplo.

De início, o autor analisa a economia colonial, com ênfase ao setor minerador (grande responsável pela pujança econômica da Nova Espanha), mas, também, de um importante setor de subsistência, surgido a reboque do setor minerador. Contudo, a preocupação central do capítulo é a reflexão sobre quais elementos se articularam para que mesmo depois do nascimento do Estado nacional, não se tivesse maiores estímulos ao desenvolvimento. São pontos destacados: a) a violência e instabilidade política oriundos da guerra de libertação nacional; b) o aumento dos custos da atividade mineira, dado o encarecimento de alguns insumos como o mercúrio; c) a diminuição na produção de prata e seu impacto negativo nos demais setores da economia; e d) a notável escassez de crédito.

A partir de 1877, já no porfiriato, o país vive uma etapa fundamental na sua transição para a consolidação do capitalismo, passagem feita a partir da intervenção de um Estado fortalecido pela centralização política orquestrada pelo ditador e seus aliados. Assim, o segundo capítulo propõe, justamente, uma leitura da aceleração do crescimento econômico na época de Porfírio Díaz, não sem prudentemente destacar as especificidades do tipo de “modernização conservadora” que se experimentou durante o seu governo.

Ao analisar o impacto decorrente da Revolução Mexicana sobre a economia nacional, se tratou de desmistificar a desaceleração do crescimento como fruto da destruição da estrutura econômica pelo contexto de guerra civil. Durante a contenda (1910 a 1917)...

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